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Cármen Lúcia diz que está igual a mulher que apanha

Paulo César de Oliveira
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Descontraída, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, lembrou ontem para ouvidores judiciais, em Belo Horizonte, do diálogo que teve com um taxista em Belo Horizonte, quando disse que está igual a mulher que apanha. Segundo ela, “ estou igual a mulher que apanha, na hora que a pessoa pega o chicote para bater no cachorro, ela sai correndo, de tanto que todo mundo fala do Judiciário”, ao se referir as críticas ao STF. Essa reação, na sua avaliação, é porque o cidadão se “assenhorou do Estado”, como deveria ter sido desde sempre. Ela disse que não são poucas as vezes em que os juízes nas cidades do interior, como os ministros do Supremo, são abordados. Cármen Lúcia fez uma palestra sobre “Poder Judiciário e Sociedade Democrática” no II encontro do Colégio Nacional de Ouvidores Judiciais”.

 

Desejo do povo

Para os que acreditam que as pressões das ruas irão modificar as decisões dos ministros do STF, Cármen Lúcia mandou um aviso: “as decisões do Poder Judiciário não podem ser tomadas de acordo com o desejo do povo”. O direito é razão, segundo ela, devendo ser aplicado tanto na hora da raiva quanto da alegria. Cabe aos servidores públicos se fazerem entender, enfatizando que o cidadão deve compreender o que dizem as decisões, ou seja, se ele ganhou ou perdeu a demanda, já que para a ministra, a falta de comunicação gera conflitos e desentendimentos. Apesar desse entendimento, Cármen Lúcia acredita que o pior lugar para ver o mundo é de trás de uma mesa de gabinete, lembrando que é preciso pensar a democracia como um princípio ao qual se submete o Judiciário.

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