O ex-ministro Ciro Gomes (foto) acusa o vice-presidente Michel Temer (PMDB) de ser o capitão do golpe, e de tentar interromper a normalidade democrática do país, ao se referir a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Ele considera a aliança que o ex-presidente Lula e a presidente Dilma fizeram com “essa ala do PMDB” ligada ao vice-presidente, irá se revelar de forma dramática. Mesmo se colocando contra a movimentação orquestrada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que define como “essa tragédia que está acontecendo no país”, Ciro considera que a precipitação do impeachment tem um lado bom. “O que eu não suportava mais como brasileiro, era assistir a essa troca de chantagem a luz do dia, o constrangimento de uma presidente que está com dificuldades enormes de governança, de respeitabilidade e de popularidade, são graves os problemas nessa área, mas a quem ninguém jamais ousou acusar de ter sido corrupta ou ter desviado dinheiro público”. Em território mineiro, onde participou ontem da convenção do PDT, em Belo Horizonte, Ciro Gomes aproveitou para criticar o “amigo a mais de 35 anos”, Aécio Neves (PSDB) que disse tê-lo decepcionado por escalar o golpe, numa referência ao apoio do PSDB à abertura do processo de impeachment.
Conversa com Pimentel
Ciro Gomes, que agora é um dos diretores da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), teve um encontro reservado com o governador Fernando Pimentel (foto), em uma rápida passagem pela capital mineira. Durante a conversa, Ciro Gomes disse que Pimentel mostrou para ele os números dos buracos nas contas do governo, inclusive para pagar os funcionários. O ex-ministro disse que veio para uma reunião de trabalho, mas foi convidado pelo governador mineiro para um almoço, quando ficou sabendo das dificuldades enfrentadas no estado. Antes de desembarcar em Belo Horizonte ontem, Ciro Gomes esteve no Espírito Santo e de Belo Horizonte- de onde saiu só depois de comer “um torresminho”- seguiu para o estado da Paraíba.
