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Com gritos de Temer presidente e Fora PT, PMDB sai do governo e trabalha para aprovar impeachment

Paulo César de Oliveira
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A reunião do PMDB que confirmou o rompimento com o governo, realizada ontem, em Brasília, durou apenas três minutos, tempo suficiente para mostrar os ânimos dos peemedebistas em relação ao governo Dilma Rousseff e ao PT. Assim que o senador Romero Jucá colocou em votação a moção pedindo o rompimento e entrega imediata de todos os cargos ocupados pelo partido, ela foi imediatamente aprovada e os peemedebistas comemoraram gritando “Brasil pra frente, Temer presidente” e “Fora PT”. Sentados na primeira fileira o vice-governador Antônio Andrade (foto) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes foram discretos nas manifestações.

 

Já vai tarde

O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, disse ontem que o Palácio do Planalto recebeu com naturalidade a notícia do rompimento do PMDB com o governo. Para o ministro, o anúncio chega em “boa hora” e abre a oportunidade de “repactuar” o governo com outras forças políticas. Segundo ele, ao mesmo tempo em que perde um “parceiro importante”, a presidente Dilma Rousseff já promove conversas no sentido de abrir espaço para novos aliados. “O governo recebe com naturalidade a decisão interna do PMDB, agradece todo esse tempo de colaboração que tivemos ao longo desses cinco anos e meses com o governo da presidente Dilma”, disse Jaques Wagner. Segundo Wagner, a agenda do governo nesta nova fase será conquistar votos para conseguir barrar o processo de impeachment que tramita no Congresso Nacional contra Dilma, classificado por ele de golpe. “Impeachment sem causa é golpe”, disse. Sobre quais ministros da legenda devem permanecer no governo, Jaques Wagner disse que não sabe ainda, e que a presidente não conversou com ele após a decisão do PMDB. Quanto a relação da presidente com seu vice, Michel Temer, daqui para frente, o ministro disse apenas que ela ficará “interditada”. Ontem Dilma cancelou a viagem que faria aos Estados Unidos a partir de amanhã, evitando assim que Temer assumisse a presidência interinamente.

 

Estranho, muito estranho

No mínimo estranho o fato de o deputado federal Mauro Lopes ter devolvido, tão prontamente, o cargo de Secretário Nacional da Aviação à presidente Dilma após a decisão do PMDB de desembarcar do governo. Primeiro devido a insistência do parlamentar em assumir o cargo, mesmo com a recomendação expressa do partido para que não o fizesse. Segundo, a sua posse foi o estopim para o PMDB romper definitivamente com o governo. A pergunta é: Mauro Lopes foi usado pelo partido como justificativa para o rompimento? A direção nacional do PMDB deve esperar por até 12 dias para que os peemedebistas entreguem seus cargos.

 

Indignado

A piada contada ontem nos corredores do Congresso Nacional após a reunião do PMDB, quando o partido decidiu romper com o governo Dilma era a de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estava indignado com o fato da reunião ter durado três minutos. Se ele estivesse presidindo a reunião, garantem, ela duraria apenas um minuto.

 

Entidades empresariais divulgam manifesto a favor do impeachment

Pelo menos 400 sindicatos, associações e federações empresariais assinaram um manifesto publicado nos jornais de maior circulação no país, em apoio ao impeachment da presidente Dilma. O manifesto ocupou várias páginas. Também assinaram o protesto os movimentos Acorda Brasil, Brasil Melhor, Avança Brasil Maçons, Endireita Brasil, Nas Ruas, Resistência Paulista e Revoltados on Line.

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