Depois da votação que barrou a denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, a Câmara volta a ficar agitada na próxima terça-feira, quando a Comissão Especial da Reforma Política vai se reunir e deve aprovar o chamado “distritão”, que vai alterar a maneira como os deputados e vereadores são eleitos. O presidente da Comissão é o deputado Lúcio Vieira (PMDB-BA) (foto) e o relator, deputado Vicente Cândido, PT-SP. Com o “distritão”, acaba o quociente eleitoral e as votações para deputados e vereadores migrariam do sistema prioritário para o majoritário. Ou seja, em 2018 serão eleitos os candidatos mais votados em cada estado, independentemente da votação total de seu partido. Hoje, a eleição de deputados federais e estaduais é proporcional. Para se eleger, o candidato depende não apenas dos votos que recebe, mas também dos votos recebidos pelo partido ou coligação. Daí é fácil entender por que muitos deputados defendem o “distritão”. Como só os mais votados são eleitos, políticos em atividade saem na frente, pois já são conhecidos, levam recursos públicos para e bases e quase sempre estão em posições de comando em seus partidos nos estados.