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Comissão do impeachment já está pronta para começar a trabalhar

Paulo César de Oliveira
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O senador mineiro, do PSDB, Antônio Anastasia é o relator da Comissão do Impeachment no Senado. Ele foi eleito com 16 dos 21 votos do colegiado, placar que, segundo, a oposição, se repetirá na votação do relatório, marcada, inicialmente, para 6 de maio. Mas, ao contrário, da eleição do presidente Raimundo Lira, por aclamação, a escolha de Anastasia foi precedida de muita polêmica, com a base governista arguindo suspeição por ele ser filiado ao maior partido de oposição à presidente. Tranquilo, o senador acabou vendo aprovado o roteiro de trabalho que propôs à comissão que prevê, já para amanhã, a fala, na comissão, dos advogados que apresentaram o pedido de abertura do processo contra a presidente. Na sexta-feira falará a defesa, com o ministro chefe da Advocacia Geral da União, José Eduardo Cardoso. O relatório deverá ser votado na comissão na sexta-feira, dia 6, para ir a plenário na semana seguinte. Na noite da segunda-feira passada, a Advocacia Geral da União tentou mais uma manobra para atrasar o andamento do processo. Apresentou recurso na Câmara dos Deputados, pedindo a nulidade da votação do relatório que autorizou o Senado a analisar a admissibilidade do impeachment. A advocacia geral alega, entre outras coisas, que os parlamentares, ao votar, apresentaram razões diversas, sem justificar com a prática de crime de responsabilidade. A denúncia não deve prosperar. Enquanto a bancada governista e os advogados da presidente tentam segurar o impeachment, a presidente busca apoio popular desqualificando o processo e seus julgadores. Ontem, em solenidade do programa Minas Casa, Minha Vida, na Bahia, Dilma (foto) aumentou o tom do discurso contra os que chama de “golpistas”. Seus alvos: o vice Michel Temer, a quem acusa de comandar o golpe, e Eduardo Cunha, que identifica como o corrupto que abriu o processo de impeachment. Aos beneficiários do programa de moradias, a presidente voltou a jurar inocência. O recrudescimento de seu discurso coincide com o aumento da agressividade dos chamados movimentos sociais, convocados por Lula e pelo PT para “defender” o mandato da presidente. Ontem, em São Paulo, após reunião de centrais sindicais, movimentos de sem terra e sem tetos e entidades estudantis, foi anunciada uma grande mobilização, a partir de amanhã, com passeatas, fechamento de rodovias para, assim, “dialogar com a população” para mostrar o golpe. Ontem Lula disse a Renan Calheiros, em encontro na residência oficial do presidente do Congresso, que está preocupado com o pós impeachment que, realista, considera praticamente inevitável.

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