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Como está não pode ficar. Quem diz é o PMDB de Minas

Paulo César de Oliveira
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Pronto para desembarcar do governo, o PMDB aproveita a convenção nacional do partido, marcada pela recondução do vice-presidente Michel Temer à presidência nacional da legenda, para também manifestar a suas diferenças com a administração petista. O vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (foto), entende que o partido até quer ajudar, tanto que apresentou propostas para a presidente Dilma, que, no entanto, não demonstrou nenhuma intenção de coloca-las em prática. Para ele, não é possível manter-se em um patamar de popularidade tão baixo e não entender que o país precisa de mudanças. Em Minas, segundo Antônio Andrade, a situação é diferente, apesar de alguns problemas enfrentados pelo governo com a bancada do PMDB.

 

O PMDB está tomando outro rumo devido a esta situação do país?

O partido está muito preocupado com a situação do país como um todo. Com a situação econômica, com a situação social do país como um todo. O partido, no entanto, tem algumas sugestões a fazer. Se a presidente da República não acatar essas sugestões que o PMDB, tem para garantir a governabilidade e interferir nos rumos do país, o PMDB pensa em ter um outro comportamento. O PMDB quer ajudar o país e quer acompanhar a presidente da República, mas com essa ressalva.

 

Que outro comportamento o partido pode ter?

O partido quer a governabilidade, mas quer que algumas coisas mudem, como a economia do pais, dar mais confiabilidade para os empresários. Isso é muito importante para o Brasil retomar o crescimento. Algumas coisas precisam ser discutidas. O PMDB quer participar dessas mudanças e não apenas votar nessas mudanças, colocar algumas ideias e quer que elas sejam acatadas.

 

A possibilidade do impeachment está mais próxima do que antes?

Eu não sei. O PMDB entende que algumas mudanças devem ser feitas no sistema financeiro e econômico.

 

As manifestações deste domingo podem sensibilizar a presidente Dilma?

Qualquer manifestação deve sensibiliza o presidente da República, por menor que ela seja, deve sensibilizar. O presidente da República tem que agradar a maioria. Essa baixa aceitação da presidente mostra que alguma mudança tem que ser feita. Isso pode ser passageiro, pode durar um mês, dois meses, três meses, mas ficar mais um ano com a baixa aceitação da população é complicado. Muito complicado.

 

As projeções são de aumento do desemprego, mais empresas quebrando. O país aguenta esta situação?

Não. De forma nenhuma. O país não pode continuar nessa inércia.

 

Essa situação do PMDB em nível nacional pode contaminar Minas Gerais?

Aqui em Minas Gerais eu vejo uma situação diferente. O Pimentel tem ouvido muito as pessoas. A situação econômica é complicadíssima, não depende dele, é uma situação nacional e internacional até, e ele tem feito um esforço imenso para equacionar os gastos, encontrar o equilíbrio entre a receita e a despesa. Ele tem trabalhado muito. Em Minas os Poderes são harmônicos, há um problema ou outro. Não há nenhuma decisão unilateral ou imposta aos partidos políticos ou aos companheiros e aos outros Poderes. É sempre uma decisão conversada. Nós procuramos, a todo momento, a solução para a crise econômica, para que os serviços básicos sejam garantidos, na saúde, segurança, na educação. Mesmo com todas as dificuldades nós estamos investindo. O Pimentel tem sempre ouvido os companheiros, diferente do que acontece em Brasília.

 

A bancada do PMDB na Assembleia Legislativa está reclamando justamente dessa falta de diálogo?

Não é nada que não seja passageiro. Nada que não seja contornável. São coisas que a bancada acerta com o governo e volta a votar. É só conversa com alguns setores do governo. Nada que não seja superado. Nós vamos superar todas as crises que tivermos momentaneamente. Mas política é isso mesmo, é formado por crises, de conversas de diálogo entre as partes. Em Minas a situação é crítica, complicada, difícil, e que requer muito esforço de todos nós. Nós estamos superando as dificuldades.

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