O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nessa segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de uma nova investigação sobre o presidente Michel Temer (foto) e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para apurar suposta prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O novo inquérito também deverá se basear na delação da JBS. A suspeita da Procuradoria-Geral é de que os dois atuaram para beneficiar a Rodrimar, empresa especializada em comércio exterior e que opera em Santos (SP). O pedido foi encaminhado ao Supremo e deverá ser analisado pelo relator do caso, ministro Edson Fachin, que não tem prazo para se manifestar. Na delação da JBS, está uma conversa entre Temer e Rocha Loures, na qual discutem a edição de um decreto para o setor de portos que poderia beneficiar a Rodrimar. Num telefonema com Rocha Loures, no dia 4 de maio, gravado com autorização judicial, Michel Temer fala sobre um decreto que altera regras para a concessão da exploração de portos, decreto assinado dias depois. E que, em tese, poderia beneficiar a Rodrimar. A Rodrimar afirmou que não há qualquer relação de amizade do dono da empresa, Antônio Celso Grecco, com o presidente Temer. A empresa não comentou o encontro do diretor Ricardo Mesquita com Rodrigo Rocha Loures, mas negou que tenha sido procurada para uma negociação sobre pagamento de propina. Com informações do G1.
Governo já pensa em como agir na CCJ quando processo contra Temer chegar a Câmara
O governo já se movimenta para definir o nome de um eventual relator que irá analisar o processo contra o presidente Michel Temer- que foi proposto ontem ao STF pela Procuradoria-geral da República- na Comissão de Constituição e Justiça. O presidente da Comissão, o peemedebista mineiro Rodrigo Pacheco, mostra-se resistente a essa pressão, e garante que o indicado para o processo, quando este chegar à Câmara Federal, será escolhido tendo como base critérios técnicos. Para ele, não é possível transferir para a CCJ toda essa carga política que envolve as denúncias dos executivos da JBS contra o presidente Michel Temer. Rodrigo Pacheco disse que existem bons nomes no PMDB, nos partidos de centro e até no PT, para analisar a denúncia e chegar a uma conclusão se é para processar ou não o presidente.