Diante da magnitude da Lava Jato, montou-se um espetacular esquema para PF, MPF e para o Judiciário, em Curitiba, a fim de conduzir os processos daqueles que não tem foro privilegiado. Surge a pergunta que não quer calar: porque o mesmo esforço concentrado não ocorre no Supremo? Enquanto isso não ocorre, temos a sensação de inércia daquela corte. O evidente contraste entre os empresários, lobistas e políticos, sem mandatos, presos e condenados, agride a nossa inteligência ao ver os grandes culpados, diariamente, nos jornais pautando a vida brasileira no Legislativo e no Executivo. Quem corrompeu encontra punição, enquanto o corrompido, livre, leve e solto, cuida de legislar em causa própria, propugnando por uma anistia vergonhosa. Nossa legislação dá sinais evidentes de senilidade. Mas pior do que constatar essa extravagância é saber que os legisladores, corrompidos pelo processo em curso, é que cuidarão de ditar o rumo das mudanças, ao arrepio do espírito das leis.
Justiça cega, surda e muda
Um grupo de 30 inquéritos sobre parlamentares com foro privilegiado no STF tramita há mais de seis anos sem desfecho. Desses, sete estão há mais de dez anos sem conclusão. Entre os mais longos está o que trata do senador Romero Jucá (foto), PMDB-RR, ex-ministro do Planejamento do governo Michel Temer. Ele foi aberto pela Polícia Federal há quase 14 anos. Ah! se fosse na República de Curitiba…