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Cunha foi um show na comissão. Resta saber se convenceu alguém

Paulo César de Oliveira
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Afastado do mandato e da presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se defendeu, ontem, no Conselho de Ética. Na sessão, Cunha (foto) repetiu o que vem fazendo desde novembro passado, quando o processo por quebra de decoro foi instaurado: dedicou-se a atacar os procedimentos do conselho, a rechaçar as acusações de realização de manobras que levam a sua ação a ser a mais demorada da história da Câmara e a negar a manutenção de contas no exterior, que, conforme as investigações da Lava Jato, abrigaram dinheiro sujo do petrolão. “Os investimentos e os patrimônios não me pertenciam. Essa é a realidade. Eu não possuo investimentos e não há como haver prova de que eu possua”, afirmou. A sessão se estendeu por sete horas. Cunha, que é réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro, passou a ser alvo do Conselho de Ética após PSOL e Rede ingressarem com ação pedindo a perda do mandato por quebra de decoro parlamentar alegando que ele não prestou esclarecimentos sobre as suas contas bancárias secretas mantidas na Suíça. Pior: mentiu durante depoimento à CPI da Petrobras justamente por ter negado possuir contas no exterior. Aos membros do conselho, Cunha reiterou a declaração feita à comissão de inquérito e disse apenas ser ligado a um trust ao qual não tem titularidade e tampouco pode movimentar ou dispor de bens. Cunha tem cinco dias para apresentar sua peça de defesa. Apesar de ter insistido em manter velhas versões e de não apresentar nenhum fato novo em sua defesa, Cunha deu um show nos que tentaram colocá-lo contra a parede. Mostrou domínio do processo e do funcionamento da Comissão.

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