Enquanto o PL insiste em pautar para hoje a tramitação do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro, o presidente da Câmara, Hugo Motta (foto/reprodução internet), prefere o compasso da cautela. Em reuniões discretas, primeiro com um grupo seleto de líderes e depois com representantes de 14 partidos, Motta montou uma articulação que visa isolar o partido de Jair Bolsonaro e adiar a votação – tudo em nome de um necessário “aperfeiçoamento do texto”. O argumento oficial é que há temas mais urgentes para o país. Mas, na prática, Motta busca dividir a responsabilidade política, diluir a pressão do PL e ganhar tempo enquanto o STF e o próprio Bolsonaro, quem sabe, entregam uma versão mais digerível da proposta.