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Debates intensos marcam o Conexão Empresarial 2018, em Tiradentes

Paulo César de Oliveira
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O Conexão Empresarial 2018, em Tiradentes, evento da VB Comunicação, foi palco de intensos debates ontem. Os empresários deram o tom das discussões, com críticas ao sistema político e econômico brasileiro, em especial aos privilégios de alguns setores do serviço público. A atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que tem um orçamento de R$ 500 milhões, com uma estrutura que é quase o dobro da corte norte americana, com alguns cargos no mínimo curiosos, como o de auxiliares de desenvolvimento infantil, como levantado pelo empresário Salim Mattar (foto), da Localiza. Para o empresário a justificativa para a existência do cargo só pode ser a infantilidade de alguns ministros. Além disto, são oito auxiliares para puxar a cadeira dos ministros o que o faz sentir “vergonha desse país”. Na visão do empresário, a sociedade brasileira está sendo construída com valores invertidos. O estado se tornou ingovernável devido aos interesses pessoais. O discurso de Mattar foi acompanhado por vários candidatos ao governo de Minas e à presidência da República, e acabou sendo um dos principais focos de discussão no evento.

 

Abertura oficial

Antes mesmo da abertura oficial do Conexão Empresarial 2018, os empresários que lotaram o centro de convenções da Pequena Tiradentes, mostravam-se dispostos a fazer do evento o palco de uma discussão franca e aberta entre o setor produtivo, governo e os pré-candidatos à presidência da República e ao governo de Minas. Gustavo César Oliveira iniciou os trabalhos falando da pauta preparada para a discussão e após Paulo César Oliveira fazer o discurso de boas vindas, os painéis começaram com os empresários relatando suas experiências e como estão convivendo com a crise econômica brasileira e com as dificuldades enfrentadas pelo governo para sair dela. Afinado o discurso, foi a vez dos pré-candidatos à presidência da República responderem às queixas apresentadas nas plenárias.

 

Os muitos problemas do país

O senador Álvaro Dias (Podemos) tocou logo no ponto que tem incomodado os empresários e defendeu o corte de privilégios. As instituições, segundo ele, estão sendo destruídas por uma minoria que assalta o poder e explora os trabalhadores e empresários para privilegiar uma elite. A sensação, segundo ele, é a de que vivemos no império. Para ele, as reformas são essenciais e será preciso autoridade para propô-las, já que afetarão a vida das pessoas. O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, falou da necessidade de se retomar a confiança do brasileiro e criticou as frases feitas de alguns candidatos com suas propostas simplórias e populistas, considerando-as como sendo fascistas. Como se estivessem ensaiado o discurso, um pré-candidato ia completando a fala do outro. Paulo Rabello, do PSC, chegou a oferecer para o debate os 20 pontos elencados por ele em seu programa de governo. Fazendo referências a JK, Rabello disse que o país precisa de planos de governo, não de bravatas. O Brasil das indagações, segundo ele, levou o país para o buraco. Chegou a hora de oferecer as soluções. Ele lembrou que o número de votos brancos e nulos, de eleitores indecisos somados aos votos de protesto ganham disparado de todas as candidaturas e é preciso resgatar a autoconfiança do brasileiro. João Amoedo, do Partido Novo, foi o último a chegar ao palco do evento, mas arrancou aplausos ao defender que o brasileiro precisa deixar de ser torcedor para começar a fazer as coisas. O Brasil, para ele, precisa ser mais simples, sem privilégios para Executivo, Legislativo e Judiciário, porque a conta não fecha. Ele ressaltou que está fazendo a sua campanha sem o uso de recursos públicos e está sentindo a dificuldade de encontrar espaço em um esquema eleitoral que privilegia os que já estão no poder. Mas disse que o Novo não quer usar atalhos. O projeto do partido é de longo prazo.

 

Propostas para Minas Gerais

Iniciante no cenário político, Romeu Zema (Novo), sente-se mais confortável trabalhando, fazendo, do que falando e afirmou que decidiu entrar na disputa ao Palácio da Liberdade por entender que era preciso se envolver na política. Para ele, ideias novas oxigenam o sistema e quem está de fora, consegue, muitas vezes, ver essas mudanças. O setor público, segundo ele, precisa de mais eficiência e menos blá blá blá. O deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM), em seu primeiro mandato na Câmara Federal, estreia também na disputa ao Governo do Estado. Ele disse que tem a compreensão de que não se faz desenvolvimento social e humano no país, sem desenvolvimento econômico. O excesso de burocracia é um dos problemas que devem ser atacados, como também a busca por maior segurança jurídica. Ele defendeu um Estado mais enxuto, para que, gastando menos, tenha mais recursos para gastar com as pessoas. O ex-prefeito Marcio Lacerda, que disputa pelo PSB, reclamou que falta projetos e planejamento para o país. “A consequência disso é que o momento está trazendo sentimentos como medo, raiva, desesperança e com isso, corremos o risco de ficarmos paralisados e isso pode trazer um movimento de cinismo e rebeldia”. Lacerda entende que Minas precisa ter mais dinamismo em sua economia e o governo não pode atrapalhar nisso. Para ele, corrupção é uma questão de gestão. “Quando se tem uma boa gestão, como se têm em grandes e boas empresas, ninguém consegue roubar”. O senador Antônio Anastasia, que é o pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, disse ser filho de professora, o pai era funcionário público e ele fez toda a sua carreira no serviço público e vive exclusivamente do seu salário como senador. A fala foi em defesa dos que têm vocação para a vida pública. A saúde pública com eficiência, depende dos servidores públicos. Não podemos viver na barbárie, segundo ele. Anastasia lembrou que quando começou na política foi criticado por ser um técnico e não ter vocação política, agora, não serve mais ser político. “Nos dias atuais o clima está tão tenso que chega-se à raiva, ao ódio”. Mas “no grito, na revolta, no amargor”, o senador mineiro disse que não será possível resolver nada. Mas ele diz concordar com o empresário Salim Mattar, de que é preciso reduzir as mordomias, as grandes aposentadorias no Judiciário e no Ministério Público. Mas foi justamente pelo destroçamento da classe política que o judiciário assumiu o espaço em que está hoje.

 

Apoiadores e patrocinadores

O Conexão Empresarial tem como parceiros e patrocinadores a Lexus, Grupo Oncoclínicas, Jornal O tempo e PAD, copatrocínio: Unimed BH e Urbaminas, apoio Premium: BH Airport, BMG Uptech, Globo Minas, Grupo Áquila, Hub Minas Digital, Fapemig, Minas Digital, Governo de Minas, Líder Aviação, Siamig, Sintram, Fiemg e Usiminas. Apoio de Albanos, Fartura, Andrade Gutierrez, Anglo American, Anglo Gold Ashanti, Araújo, Bernardes Advocacia e Consultoria Corporativa, OAB, CAAMG, Concordia Corporate, Tishman Speyer, Caparaó, Codeme, Décio Freire Advogados, Fiat, Aeródromo Inhotim, Grupo MBK, JAM, Katz, Klus, Mater Dei, MCA Gribel, Minas Tênis Clube, Prefeitura de Juiz de Fora, Sindpas, Vivo, Sesc e Senac, Corretora de Seguros Oficial Solution, Agência SE7E e Vivo. Media partners: Bhnews, Diário do Comércio, Itatiaia, JChebly, Jornal de Brasília, Tribuna de Minas. Colaboração: Instituto Você, Patrus Transportes Urgentes e Supremo.

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