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Demonstração de força e intimidação

Paulo César de Oliveira
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Está causando perplexidade o nível de intimidação que o Governo Federal está fazendo para forçar a aprovação da PEC do Voto Impresso na Câmara Federal. A decisão do ministro da Defesa, general Braga Neto (foto), com o aval do presidente Jair Bolsonaro, de levar um comboio de veículos militares blindados, incluindo tanques de guerra e lança-mísseis, vai percorrer a Esplanada dos Ministérios e ficará estacionado em frente ao Palácio do Planalto, ao mesmo tempo em que ocorre a discussão sobre o voto impresso no Congresso Nacional, está sendo considerada, no mínimo, uma piada de mal gosto. O governo alega que a movimentação faz parte da chamada “Operação Formosa”, considerado o maior treinamento militar da Marinha do Brasil no Planalto Central, mas entre os políticos a interpretação é outra: trata-se de uma demonstração típica de um ditador. Para a senadora Simone Tebet trata-se de uma intimidação real, clara, indevida e inconstitucional.

O general e seu cavalo branco

O desfile de blindados previsto para hoje lembra, segundo historiadores, um episódio da ditadura militar no Brasil. Em 23 de abril de 1984, dois dias antes da votação da emenda Dante de Oliveira —que, se aprovada, restabeleceria a eleição presidencial direta no Brasil—, Newton Cruz, o comandante militar do Planalto, desfilou pela Esplanada dos Ministérios. O general apareceu montado em um cavalo branco, seguido por um comboio formado por 116 tanques e carros de combate e seis mil militares. Mesmo com a intimidação, a emenda Dante de Oliveira foi aprovada e em janeiro do ano seguinte, o mineiro Tancredo Neves foi eleito presidente. (Foto reprodução internet)

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