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Denúncias ficaram para entrevista

Paulo César de Oliveira
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A presidente Dilma que foi moderada na tribuna da ONU, aproveitou a entrevista para denunciar como “golpe” o processo de impeachment de que é alvo no Congresso Nacional. Para jornalistas estrangeiros, disse que recorrerá à cláusula democrática do Mercosul caso a ordem democrática no país seja rompida. “Eu alegarei a cláusula inexoravelmente se caracterizar de fato, a partir de agora, uma ruptura do que eu considero um processo democrático”, disse a presidente aos jornalistas em Nova York. “Agora, quando isso ocorrerá, depende de fatos que eu não controlo”, acrescentou. O Mercosul tem uma cláusula democrática que pode ser invocada quando um governo eleito é destituído em qualquer um dos países-membros, como aconteceu recentemente no Paraguai. Os comentários de Dilma são sinal mais forte de que ela continuará a lutar contra o impeachment mesmo que o Senado determine seu afastamento. Em uma tentativa de obter apoio internacional para sua narrativa política, Dilma disse que o pedido de impeachment contra ela tem “todas as características de um golpe”, porque não tem base legal. Dilma é acusada de ter desrespeitado a Lei de Responsabilidade Fiscal. A presidente pode ser afastada do cargo pelo Senado em semanas em um processo de impeachment que paralisou seu governo e colocou o Brasil em sua mais profunda crise política desde o fim do regime militar em 1985.

 

Temer reage contra sua desqualificação

O presidente da República em exercício, Michel Temer (foto), disse ontem que o Brasil não merece ser desqualificado com agressões à vice-presidência e que decidiu dar entrevistas à imprensa estrangeira após se sentir atacado por declarações da presidente Dilma Rousseff. O peemedebista ocupa a Presidência desde quinta-feira, quando Dilma viajou para os Estados Unidos. “Fui provocado para aquelas entrevistas, achei que deveria dizer alguma coisa à imprensa internacional, já que houve manifestações em relação à imprensa internacional, especialmente pretendendo desqualificar a minha posição. Aí não é a coisa do vice-presidente, é uma coisa do Brasil, acho que o Brasil não merece desqualificação por meio de eventuais agressões à vice-presidência”, disse Temer em entrevista na saída de seu gabinete, no anexo do Palácio do Planalto. Sobre o eventual afastamento de Dilma, o vice-presidente voltou a dizer que vai aguardar “silenciosa e respeitosamente” a decisão do Senado. Perguntado sobre as conversas que têm tido para montar a equipe de seu possível governo, Temer respondeu que está “apenas ouvindo”. “Naturalmente, estou sendo procurado por muita gente, estou ouvindo muita gente, mas apenas ouvindo, nada mais do que ouvindo.” O presidente em exercício disse ter considerado “adequado” o discurso de Dilma na ONU, em que a presidente afirmou que a sociedade brasileira saberá impedir retrocessos, mas sem mencionar a palavra golpe.

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