O ex-ministro Patrus Ananias (foto) foi ouvido ontem na Comissão de Impeachment do Senado, como testemunha da presidente afastada Dilma Rousseff. Em um dos momentos de seu depoimento, disse que ” está na hora de mandar a conta para os mais ricos, estabelecer uma verdadeira justiça social, cobrar imposto sobre as grandes propriedades urbanas e rurais”. O discurso de Patrus incomodou alguns senadores, inclusive Ronaldo Caiado, que rebateu que “está na hora de devolverem a Petrobras”.
Bate-boca baixa nível na comissão
A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, também teve um bate-boca com o senador petista Lindbergh Farias, do Rio de Janeiro. Janaína acusou o senador de medi-la com a “régua do PT” por ter insinuado que ela teria envolvimento na decisão do juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que decretou a prisão de Bernardo. A advogada é orientadora de Azevedo em seu doutorado na USP. “Meus orientandos são juízes, promotores, advogados, pesquisadores das mais diversas orientações ideológicas. Eles nunca se submeteram a mim, eles nunca me deram satisfação, a não ser da pesquisa, porque o meu papel na universidade é formar pessoas de cabeças livres”, disparou Janaína. Lindberg Farias rebateu e a acusou de atuar por ordem do PSDB. “A senhora não está aqui por idealismo. A senhora começou nesse processo por 45.000 reais contratada pelo PSDB. A senhora é ‘useira’ e ‘vezeira’ de falar de todo mundo aqui. Vem aqui e fala de todo mundo. Fica o tempo todo fazendo discurso político. Parece que estou vendo a senhora candidata a deputada federal na próxima eleição”, atacou Lindbergh. Os dois continuaram com os ataques durante o depoimento do ex-ministro Patrus Ananias.
Blecaute
Depois de tanta tensão, a reunião foi interrompida por falta de luz. Um incêndio na subestação de energia da distribuidora CEB, em Brasília, interrompeu o fornecimento de luz para diversos órgãos federais e do Distrito Federal por volta das 19h. Além do Congresso Nacional, o Palácio do Planalto também foi afetado com o corte de energia, e foi necessário o uso de gerador.
