Desta vez, o que vão prometer os candidatos?

A partir de amanhã está autorizada a campanha eleitoral em todo o país. Na televisão e no rádio, onde ela acontece, é a partir do próximo dia 26. Será uma campanha de tiro curto, onde tudo pode acontecer. Inclusive, como previsão de muitos dos chamados analistas políticos, nada. Só em Minas estarão em disputa 853 cadeiras de prefeitos e 8.479 de vereadores com milhares – esta semana termina o levantamento- de candidatos. A disputa municipal, embora muitos deem um valor político menor, é uma prévia das eleições estaduais daqui a dois anos. É nelas que os futuros candidatos a mandatos parlamentares começam a preparar sua própria campanha, elegendo quem lhes dará suporte. Nas cidades de maior porte, mais até do que isto, a disputa começa a ser vista como uma prévia das eleições presidenciais. Em São Paulo onde Haddad (foto), pelo fato de já ser prefeito, está em cima dos palanques já há algum tempo, em muitos deles acompanhado de Lula, o clima é de disputa presidencial. Lá a eleição está nacionalizada. E não será diferente na maioria das capitais, em especial. Até, convenhamos, por faltar mote aos candidatos para uma campanha diferente. O quê prometer ao eleitor, este é o drama da maioria dos candidatos. Todos sabem que as prefeituras, em sua quase totalidade, estão em situação de penúria, com dificuldades até para pagar salários. Prometer obras faraônicas, que de antemão se sabe que não serão realizadas, poderá não ser um bom caminho. Mas qual então será o caminho? Pergunta para a qual nem os candidatos e seus marqueteiros mágicos, com certeza, ainda não têm resposta. Talvez esta seja uma boa oportunidade para se testar, no Brasil, uma nova forma de fazer campanha, baseada na sinceridade e na verdade. Sem falsas promessas, vendendo o paraíso, mas sem também anunciar o caos. Candidato e eleitor terão que buscar um ponto de equilíbrio: nem tanta mentira, nem tanta ingenuidade para acreditar. A combinação destes dois comportamentos já fez muito mal ao país.