Uma das principais mudanças ocorridas na administração em Belo Horizonte, desde a posse de Fuad Noman (foto), no dia 29 de março, é a abertura para o diálogo com a Câmara Municipal, com prefeituras da Região Metropolitana e com o governo do Estado. O assunto foi um dos principais destaques da participação do prefeito no almoço-palestra do Conexão Empresarial, evento promovido pela VB Comunicação, no Espaço Meet. Ainda recuperando a cidade dos estragos causados pela pandemia, Fuad Noman decidiu montar uma força tarefa para agilizar a viabilização de ações e obras importantes. Estão envolvidos nesse processo as secretarias de Política Urbana, Meio Ambiente, Obras e órgãos como a BHtrans para trabalhar no desenvolvimento econômico da cidade, monitorar e atrair grandes investimentos. Fuad Noman mostra-se empenhado em realizar todas as propostas apresentada a população e garante que “vou fazer tudo o que eu puder para fazer tudo. Tem dinheiro, determinação política e gente competente para fazer. Não tem como não fazer.” O Conexão Empresarial com o prefeito Fuad Noman teve o patrocínio da Anglo American, Drogaria Araujo, Líder Aviação, Mater Dei, Urbana – mídia do mundo real, Usiminas e apoio da AngloGold Ashanti.
Vereadores aplaudem mudança
A mudança no relacionamento imprimida por Fuad Noman desde que assumiu a prefeitura tornou possível um entendimento entre a prefeitura e a Câmara Municipal para que fosse firmado o compromisso junto as empresas de transporte para melhoria da mobilidade na cidade. O relacionamento com o governo de Minas também tomou um novo rumo. Fuad Noman disse que já levou ao governador Romeu Zema, uma lista de demandas, que tem mostrado boa vontade em atendê-las. Com o Governo Federal, por enquanto, não ocorreram avanços, mesmo com a atuação de vários interlocutores agindo em defesa da cidade. A presidente da Câmara, Nely Aquino, ressaltou a diferença no relacionamento entre a Câmara e a prefeitura. O diálogo, segundo ela, foi aberto e garantiu que a “Câmara estará com o senhor em todos os momentos”. Nely Aquino disse que nos últimos anos a cidade entendeu que “a Câmara não é subserviente, ela é parceira”. O vereador Gabriel Azevedo, que chegou a discutir com o prefeito, também se rendeu ao estilo conciliador de Fuad Noman, e afirmou que daqui para frente, qualquer rusga será aparada, “porque o senhor merece”. Essa dificuldade de relacionamento também foi observada pelo prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez. Ele reclamou da distância entre as duas administrações e da necessidade de buscar ações integradas.
Gargalos
Uma das preocupações de moradores e empresários em relação a cidade, diz respeito a dificuldade de mobilidade e os gargalos de trânsito entre as duas cidades. Noman chegou a brincar dizendo que cobraria pedágio para entrar em Belo Horizonte e garantiu ao prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez que Belo Horizonte está pronta para participar de qualquer movimento que melhore a trafegabilidade entre as duas cidades e contou que, ele mesmo, morou um determinado tempo em Nova Lima e passou por essa mesma dificuldade, que só aumentou ao longo dos anos.
Participação ativa
Fuad Noman falou na sua palestra do Conexão Empresarial no Espaço Meet, que nos últimos cinco anos participou ativamente de todas as ações da prefeitura. Ele lembra que quando o PSD assumiu a administração da cidade, o déficit no caixa da prefeitura era de R$ 600 milhões. Além do corte no custeio e da busca de investimentos no município, logo após assumirem a prefeitura de Belo Horizonte, o então governador Fernando Pimentel suspendeu os repasses de recursos para os municípios. Quando as contas pareciam entrar nos eixos, veio a pandemia, que desorganizou tudo. Só com a saúde, a cidade gastou R$ 1,250 bilhão, além dos gastos com assistência social, distribuição de cestas básicas, kits de higiene outras soluções para que, segundo ele “as pessoas não passassem fome”. A prefeitura também pagou o Auxílio Belo Horizonte, que em alguns casos, chegou a R$ 600. Passada essa fase crítica causada pela pandemia, a cidade voltou aos investimentos. Fuad Noman disse que foram mais de R$ 2 bilhões investidos em obras na cidade, como a de prevenção de enchentes. Uma das áreas mais afetadas, a avenida Vilarinho terá as obras concluídas em 2024.
Custo alto
Belo Horizonte ainda paga um custo alto com os reflexos da pandemia. As cirurgias eletivas foram adiadas, exames especializados deixaram de ser feitos e estão sendo retomados, com um esforço que tem sido feito pela administração municipal. A educação foi outra área fortemente afetada e Fuad Noman tem a preocupação de recuperar o ensino, principalmente, de português e matemática matérias em que as crianças mostram ter muita dificuldade, segundo ele, que lembra que foram dois anos sem escola. Além das dificuldades, ele se mostra otimista com os muitos projetos que estão para sair do papel. Um deles é o “BH mais feliz”, que envolve ações para “que as pessoas tenham o que fazer nas manhãs de domingo”. Despertou a sua atenção o concerto da Filarmônica na Praça da Savassi, que reuniu mais de 10 mil pessoas. Noman disse que as pessoas querem ir para a rua e a proposta desse projeto é o de fazer com que atividades que atraiam as pessoas para que elas se envolvam com a cidade. (Foto Tião Mourão)