Quem frequenta o Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios logo percebe o clima de insegurança que tomou conta de todos que trabalham, ou que de alguma maneira tem que passar por lá. Ninguém confia em ninguém e até mesmo as conversas com pessoas mais próximas são recheadas de frases entrecortadas. O temor é de que as escutas estão em todos os lugares, mesmo nos locais mais improváveis, e do jeito que a tecnologia avançou, um grampo de cabelo ou uma abotoadura podem esconder potentes gravadores. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) que o diga. Do dia para a noite teve a sua imagem arrastada para a lama devido a conversa pouco republicana com o empresário Joesley Batista, que sem a menor cerimônia o entregou para o Ministério Público Federal em sua delação premiada. Com a neurose atingindo seu ponto máximo, alguns aliados do presidente Michel Temer andam pensando até mesmo em treinar pombos correios. O medo é o de que eles errem o endereço e entreguem a mensagem ao adversário.