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Dilma agora não sai do palanque tentando salvar o mandato

Paulo César de Oliveira
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A presidente Dilma Rousseff subiu novamente no palanque ontem para reafirmar que seu afastamento da Presidência, por meio do impeachment, colocará em risco os programas sociais, alertando que esse seria um dos objetivos de um governo Temer, sem mencionar o nome do vice-presidente. “Vai ser muito difícil eles conseguirem quebrar todos esses programas, mas que vão tentar vão”, disse Dilma (foto) durante cerimônia de inauguração da Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas, no estado do Tocantins. Em suas críticas, Dilma centrou fogo de novo nas notícias de que um governo comandado pelo vice-presidente Michel Temer faria ajustes no Bolsa Família focando nos 5 por cento mais pobres. “Querem fazer economia com o dinheiro dos mais pobres? Jamais se elegeriam, jamais”, disse Dilma, repetindo que está em curso, por meio do impeachment, uma “eleição indireta” para presidente. A presidente enfatizou novamente que não pesam sobre ela acusações de enriquecimento ilícito e aproveitou para tentar desmentir a fama de durona. “Falam que eu sou uma pessoa dura. Eu não sou uma pessoa dura não, eu sou honesta, é diferente”, disse. Dilma fez questão de fazer uma menção especial para cada uma das ministras que a acompanhou, mas o destaque foi para Katia Abreu, da Agricultura, única peemedebista que permaneceu no governo após a Câmara dos Deputados votar a favor do impeachment. A presidente antecipou no evento o anúncio da criação da Universidade Federal do Araguaia, que, segundo ela, acontecerá no início da semana em Brasília. “Todos teremos de lutar para que não haja retrocessos”, disse Dilma ao concluir o discurso. “Eu tenho que lutar contra o impeachment e vocês têm que defender os interesses de vocês.” Se o Senado aceitar, em votação no plenário na próxima quarta-feira, a abertura de processo de impeachment contra Dilma, ela será afastada por até 180 dias e Temer assumirá interinamente a Presidência da República.

 

Resposta imediata

O deputado Osmar Terra, PMDB-RS, provável ministro do Desenvolvimento Social em um novo governo, classificou de “disparatado” o discurso de Dilma.”A presidente Dilma fala de um Universo Imaginário, onde seu governo é perfeito e seu partido é o único que se preocupa com os pobres. A sociedade brasileira sabe que isso não é verdade”, disse Terra em sua conta no Facebook. “Na proposta do PMDB “Travessia Social” não existe uma linha sequer falando em diminuição dos recursos do ‎Bolsa Família, nem do número de famílias que participam dele. Vamos manter e aprimorar o programa”, acrescentou, completando que “não podemos abrir mão de avaliar quem realmente necessita dele”.

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