Na reunião com 10 de seus 39 ministros, nessa segunda-feira (27) em Brasília, a presidente Dilma Rousseff falou que a Operação Lava Jato gerou instabilidade na economia e foi responsável por queda de 1 ponto no PIB. As derrotas sofridas no Congresso Nacional também foram motivadas pelas denúncias de corrupção e os reflexos na economia vão obrigar o governo a adiar o prazo para recuperação da economia. A expectativa era a de que a melhora ocorresse a partir do início do segundo semestre. A projeção, agora, é a de que a economia só deve apresentar sinais positivos no final do ano. Durante a reunião, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, falou que a redução da meta fiscal de 1,1 para 0,15% do PIB ainda tem gerado desconfiança e como consequência, tem causado reflexos na economia brasileira.
Governo não vai se meter no câmbio
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa disse, ontem, que o governo não estuda usar as reservas internacionais para fazer caixa ou influenciar a flutuação do câmbio. Segundo o ministro, as reservas de US$ 360 bilhões permitem que o governo tenha autonomia sobre a política econômica do país. “Não há decisão, nenhum plano de venda de reservas internacionais por parte do governo brasileiro”, disse Barbosa após a reunião de coordenação política, comandada pela presidente Dilma Rousseff. “O volume de reservas dá autonomia ao Estado brasileiro para conduzir sua política econômica sem ter que recorrer aos organismos internacionais e, principalmente, dá à sociedade brasileira a capacidade de suportar flutuações cambiais, sem gerar problemas financeiros e fiscais”, argumentou.
Tudo está sob controle, garante ministro
O ministro minimizou a resposta negativa dada pelo mercado à redução na meta de superávit primário, anunciada na última semana, e disse que as taxas cambiais irão se estabilizar. “Temos confiança de que os mercados vão se ajustar, e a taxa de câmbio tende a se estabilizar”. Barbosa reconheceu que a economia brasileira atravessa dificuldades, mas disse que o governo tem “todo o controle da situação” e os instrumentos para reduzir o endividamento e a inflação e retomar o crescimento. “Estamos em uma fase de reequilíbrio, de ajustes. Nesta fase há aumento temporário da inflação e retração do ritmo da atividade econômica, com flutuação de alguns preços. Mas a direção está mantida, de reequilíbrio macroeconômico, e principalmente a direção de recuperação do crescimento”, explicou. Barbosa está confiante na aprovação, pelo Congresso Nacional, da redução da meta de superávit primário do setor público para 2105, que caiu de R$ 66,3 bilhões para R$ 8,7 bilhões. A revisão tem que ser ratificada pelo Congresso, que precisará aprovar emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015 e ao projeto da LDO do próximo ano. “Enviamos ao Congresso o que consideramos as metas adequadas, vamos defender a revisão. Acho que há um clima favorável de recepção da revisão por parte do Congresso”, ponderou Barbosa (foto).
