Com o palanque armado ontem em Belo Horizonte, a presidente afastada Dilma Rousseff acusou o governo de Michel Temer de superestimar o rombo nas contas federais “vão falar que existe um imenso rombo para justificar os cortes que estão sendo anunciados”. Ela também criticou o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, enfatizando o afastado, por não ter permitido o encaminhamento das matérias de interesse do seu governo na Casa. Sem se lembrar do seu próprio ministério, criticou a quantidade de ministros investigados no atual governo e aproveitou algumas ações que estão causando polêmica como a extinção do Ministério da Cultura, “ um ato de extrema violência”, segundo ela, para aumentar o tom das críticas: “são medidas de assustar”. Falou da falta de mulheres e negros no governo considerado por ela como um “governo provisório e ilegítimo”, formado por “um ministério de homens velhos, ricos e brancos”.
Pegando carona nas críticas a ministros de Temer
Para os blogueiros e representantes de movimentos sociais, Dilma listou algumas declarações, que “batem recordes de desmentidos”, como a do ministro da Saúde, Ricardo Barros, que causou polêmica ao falar da sua intenção de revisar o tamanho do SUS. A política externa adotada por ela, que teria deixado o Brasil respeitado no mundo inteiro foi reduzida a acordos comerciais. Dilma também reclamou da demissão do presidente da EBC, Ricardo Melo, nomeado por ela momentos antes de deixar o governo, o que “mostra claramente a falta de interesse pela democracia”.
Dilma é recebida por apoiadores e opositores em Belo Horizonte
A presidente afastada Dilma Rousseff (foto) chegou ontem, no final da tarde, em Belo Horizonte, e foi recebida por representantes de sindicatos e movimentos sociais, que organizaram um protesto contra o presidente interino Michel Temer. Mas só à noite ela chegou ao hotel, onde foi recebida com gritos de “volta querida”. Ela agradeceu os manifestantes e disse que “Vamos resistir. Não vamos deixar que a democracia seja ferida”. A manifestação aconteceu na Praça Afonso Arinos e de lá, os manifestantes seguiram até o Othon Palace, onde Dilma participou 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais. Um dia antes do encontro, o governo federal cancelou o patrocínio do evento, pela Caixa, no valor de 100 mil reais. Mas um pequeno grupo, liderado pelo movimento Patriotas, se postou no canteiro central da avenida Afonso Pena, em frente ao hotel para protestar contra Dilma Rousseff. Ao deixar o hotel a presidente afastada foi participar de um jantar oferecido pelo governador Pimentel.