O PMDB de Minas define hoje a posição que vai levar para a reunião de amanhã do diretório nacional: se vai defender a permanência do partido na base do governo ou se será pelo desembarque. A nomeação de Mauro Lopes para a Secretaria Nacional de Aviação, pela presidente Dilma Rousseff, irritou os caciques do partido, que entenderam como uma provocação. Poucos dias antes da posse de Mauro Lopes, o partido havia decidido que ninguém mais deveria assumir nenhum posto até que houvesse uma decisão sobre o posicionamento do partido em relação ao governo. O PMDB de Minas tem acompanhado as decisões do diretório nacional e votou fechado na reeleição de Michel Temer e, no final das contas, a ida de Mauro Lopes (foto) para o governo pode até facilitar no rompimento definitivo do PMDB com o governo do PT.
Efeito dominó
Os sete ministros do PMDB ensaiam uma resistência em abandonar o governo, atendendo aos apelos da presidente Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas já há um movimento no partido para que, se confirmado o rompimento amanhã, havendo resistência, os que definirem pela permanência no governo deverão ser afastados do partido. Pelos cálculos dos aliados de Michel Temer, pelo menos 70% dos peemedebistas devem votar pelo desembarque do partido. O PMDB ocupa os ministérios da Saúde, Minas e Energia, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Turismo, Aviação Civil. A preocupação do governo, além da saída do maior partido da sua base, é a de que o PMDB influencie outras legendas e que esse desembarque tenha um efeito dominó. Gilberto Kassab, por exemplo, perdeu o controle do PSD. O partido está dividido, com tendências a ter a sua maioria votando pelo impeachment. Caminho que também deve ser seguido pelo PP e PR. Para evitar o seu afastamento, a presidente Dilma precisa de 172 votos dos 513 dos deputados federais e 41 dos 81 senadores.
Temer assume a presidência na quarta-feira
O vice-presidente Michel Temer vai conseguir, por alguns dias, ocupar o cargo que tanto luta para conquistar. Ele assume a presidência da República na quarta-feira, um dia após a reunião do diretório nacional, devido a viagem que a presidente Dilma Rousseff fará aos Estados Unidos.
Dilma e a bicicleta
Os passeios de bicicleta da presidente Dilma Rousseff têm intrigado algumas pessoas. Muitos entendem que trata-se de um gesto de escárnio, como se nada estivesse acontecendo no país, mas outros analisam como um gesto de desespero. Quem presenciou o impeachment de Fernando Collor, se lembra das suas corridas desesperadas no entorno da Casa da Dinda. Qualquer semelhança, pode não ser mera coincidência.
