Articulado, preparado, inteligente, bem posicionado e com uma visão desenvolvimentista, que vem de sua experiência empresarial, o governador de São Paulo, João Doria Jr., já está colocado como opção para a eleição de 2.022, como forte alternativa para enfrentar o presidente Bolsonaro, caso ele vá mesmo tentar a reeleição. Como dizem no linguajar popular, Bolsonaro “cutucou com vara curta” o governador Doria, ao dizer que ele está morto para 2.022, numa análise sem fundamentação e, a esta altura, uma agressão desnecessária. Esqueceu o presidente que Doria governa um país dentro do Brasil, e o que ele tem feito em SP, é o que o brasileiro gostaria que estivesse sendo feito em todo o país. Na semana passada Doria esteve na Alemanha e conseguiu captar investimentos de R$ 2,4 bilhões da Volkswagen, para os próximos dois anos, que vão gerar 1.500 empregos diretos e milhares indiretos. A Volkswagen vai exportar para a Europa um modelo desenhado e fabricado no Brasil. Bem ao contrário dos outros governadores, Doria deixou o discurso da lamentação e partiu, com ousadia, para a busca de possibilidade de conquista de investimentos. Tem rodado, conversado “vendendo” as vantagens de se investir no estado que governa. Tem a vantagem do discurso articulado. Sabe, como dizem os empreendedores, “em qual ouvido falar” para conquistar o investidor. Bem ao contrário de Bolsonaro que tem sérias dificuldades para articular sua comunicação, Doria é um comunicador nato que tem a política no sangue. Seu pai, João Doria, foi deputado federal e, cassado pela ditadura militar, viveu no exílio. Esta experiência familiar deu ao hoje governador paulista uma ampla visão política, transformando-o num governante de posições firmes, mas capaz de articular-se com adversários, sem transformá-los em inimigos. Doria tem usado toda esta experiência política e sua visão empresarial para governar São Paulo que, mesmo com todas as dificuldades, apresenta índices positivos em sua economia. Enfrentá-lo nas urnas não será tarefa fácil. Bolsonaro sabe disto. Tanto que o escolheu como um inimigo a destruir. Não adversário a vencer. Pode ser uma péssima escolha de uma estratégia errada.