A delação de Cláudio Melo(foto) é apenas uma entre as 77da Odebrecht. E é apenas o ensaio. Vencido este momento, passa-se à delação propriamente dita, momento em que o delator apresenta as provas daquilo que falou, inclusive daquilo que ainda não foi divulgado no vazamento. Desnudou-se o sistema político brasileiro. Para uns, o vazamento foi para melar a delação. Para outros, para não melar, tornando o caso fato consumado. Já a Procuradoria Geral da República diz que o vazamento “é causa de grave preocupação para o Ministério Público Federal, que segue com a determinação de apurar todos os fatos com responsabilidade e profissionalismo”. No trecho divulgado, foram misturados, propositadamente ou não, casos de corrupção explícita, quando se pede dinheiro para aprovar projetos de lei, e casos de doação de campanha, algumas formais, sem se falar em contrapartida ilegal. O linchamento público vai ser geral, embora não haja descrição alguma de condutas. Hoje, é bastante temerário qualquer político ir a um lugar público. Restaurante nem pensar. Eles incorrem no risco de serem “ovacionados”. Com ovo mesmo.