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E quanto a pandemia acabar, para aonde vamos?

Paulo César de Oliveira
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Imagine se ao acordar nesta segunda-feira – se é que conseguiu dormir direito- você, ao buscar seu veículo de informação preferido, descobrisse que o novo coronavírus sumiu. Não há mais a pandemia, a crise sanitária terminou. Ótimo. Aí você se dá conta de que, assim como o governo, está inteiramente perdido, sem saber para que lado correr e enfrentar a segunda onda, a crise econômica resultado da primeira. A segunda onda, no dizer do ministro Paulo Guedes. Gosto muito das expressões populares e está, para mim, mostra com clareza o Brasil de hoje: estamos como barata fugindo de chinelada. Não temos um rumo. Apenas o discurso monocórdio, o sambinha da nota só, do todo poderoso ministro da Economia, sobre as reformas estruturantes. Certo, elas são necessárias, mas só elas resolvem? São medidas de longo prazo e, enquanto isto, o que faremos? O Brasil precisa pensar logo como sobreviverá daqui para a frente. O mundo de amanhã, terça-feira, será diferente do mundo de hoje. Por quais transformações passará, é a questão. Já deveríamos, governo e sociedade, estar discutindo como viveremos o 2021, já que o 2020 acabou. Nada mais resta a fazer este ano a não ser sobreviver. É possível, sim, buscar a sobrevivência agora e planejar o que faremos ou, em alguns casos, o que já deveríamos estar fazendo. Não duvidem: andar e mascar chicletes, não é tão impossível quanto parece para alguns. Precisamos estabelecer, desde já, nossas prioridades. Nossa agenda, se é que se pode dizer que o governo tem alguma, é obsoleta. Alguns ministros tratam como problema do século 21 assuntos já resolvidos pelas nações mais desenvolvidas, ou que cuidaram de se desenvolver nos últimos anos. Vivemos sim, como em alguns outros países, uma fase de obscurantismo, com pregações superadas, com mistura de religião e Estado e outros males que só atrasam as soluções necessárias. A hora é de dividir tarefas. Uma, a mais urgente, de administrar a crise sanitária que se agrava, na medida que nos posicionamos contra o senso comum. É urgente definir uma política a ser seguida por todos. Uma política com embasamento científico, não uma política construída com base no achismo. O outro grupo, com a participação efetiva da sociedade, precisa começar, se possível nesta segunda, a discutir o Brasil daqui para a frente. Que tal, por exemplo, pensarmos numa política efetiva de desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Estamos sentindo na carne o quanto somos atrasados em alguns campos e o quanto isto nos atrapalha e nos torna dependentes. Este é só um exemplo. Na verdade, precisamos é repensar tudo. E não temos ninguém para liderar este processo. É triste.

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