Os boatos de que renunciaria fez com que o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (foto), se pronunciasse sobre o assunto. Para quem ainda tinha alguma dúvida, Cunha anunciou em alto e bom som não renunciará. Dizendo-se inocente das acusações da procuradoria-geral da República, o parlamentar também disse que não tem o que delatar, porque não cometeu nenhum crime. Ele pretende recorrer à Comissão de Constituição e Justiça da decisão do deputado Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara, de retirar a consulta do colegiado que, se aprovada, abriria a possibilidade de mudar no plenário a cassação aprovada pelo Conselho de Ética.
Jaques Wagner ofereceu votos petistas no Conselho de Ética para evitar impeachment
Cunha acusou o ex-ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, de tê-lo oferecido, em pelo menos três encontros, votos de petistas no Conselho de Ética, em troca de Eduardo Cunha não autorizar a abertura do processo de impeachment. Os três encontros ocorreram em sua residência oficial na base aérea de Brasília e no Palácio do Jaburu. As conversas, segundo o parlamentar, podem ser comprovadas e ele “saberá comprovar em juízo”, caso o ex-ministro o processe. Eduardo Cunha também considerou ridícula a peça do pedido de prisão dele, apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por cercear o seu direito de defesa. “Com o pedido de prisão, como poderia fazer a defesa no Conselho?” Depois de quase duas horas de entrevista, Cunha deixou o local da entrevista sob vaias e gritos de “Fora Cunha, bandido”.