O presidente Jair Bolsonaro (foto) precisa mudar a cantiga de buscar, através de confrontos com o Judiciário, estumar seus radicais para manter viva sua campanha pela reeleição. Precisa também parar de usar o nome das Forças Armadas quando quer pressionar setores e impressionar a sociedade, insinuando a possibilidade de um golpe, como adiar as eleições caso “haja algum problema sério”. A eleição direta foi uma conquista de sociedade contra o grupo que hoje Bolsonaro diz liderar. Está na Constituição e mudá-la é um golpe que as Forças Armadas, guardiãs da Constituição, têm a obrigação de evitar.
Eleições
Faltam cinco meses para as eleições e já é hora de o presidente mudar também a cantilena enfadonha da suspeição sobre o processo eleitoral. Bolsonaro acusa a possibilidade – e mesmo a existência – de fraudes no sistema eletrônico, sem apresentar provas ou evidência. Para calar os detratores, o TSE realizou uma ampla auditoria no sistema e nas urnas e, mesmo sem encontrar indícios de irregularidades possíveis, ampliou as medidas para tornar o processo ainda mais seguro. Bolsonaro não quer perder seu discurso e não se deu por satisfeito.
Contando votos
Agora defende – dizendo ter encampado uma proposta das Forças Armadas – que haja uma recontagem dos votos, feita por militares. Para que a recontagem, por que por militares? Não é função deles, nem se pode dizer que são mais sérios do que outros segmentos da sociedade que, se necessário, poderiam fazer a recontagem. Ademais não se pode esquecer que o presidente- e ele gosta se repetir sempre- é o chefe supremo das Forças Armadas. Assim, ele estaria colocando para realizar uma tarefa de seu interesse pessoal, subordinadas a ele. A prudência desaconselha tal medida para evitar suspeitas. (Foto reprodução internet)