Os trabalhos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais serão retomados na tarde de hoje e marca a despedida do deputado Adalclever Lopes da presidência da Casa e do seu mandato. Logo após a cerimônia de posse dos novos deputados, será aberta a primeira sessão plenária do ano, com a eleição da mesa diretora. O deputado Hely Tarqüinio (PV), como decano da Casa, presidirá os trabalhos, com o anúncio das chapas e candidaturas registradas para a disputa aos cargos da mesa diretora. O deputado Agostinho Patrus (foto) passou os últimos dias negociando com os antigos e novos deputados para se viabilizar como candidato único. Pelo regimento interno da Casa, qualquer deputado pode se candidatar aos sete cargos a mesa diretora: presidente, 1º, 2º e 3º-vice-presidentes, 1º, 2º e 3º-secretários.
Eleição na Câmara pode surpreender
A eleição para a presidência da Câmara Federal sempre trouxe alguma surpresa. Nomes que estavam fora da lista dos favoritos e que não contavam com o apoio do Palácio do Planalto já assumiram a presidência da Casa. Severino Cavalcanti (PP) talvez tenha sido a maior surpresa. O parlamentar do chamado baixo clero atropelou o candidato preferido pelo ex-presidente Lula e assumiu a presidência da Casa e atormentou a vida do petista de 14 de fevereiro de 2005, quando assumiu, a 21 de setembro do mesmo ano, quando foi atropelado por uma avalanche de denúncias e pressão para que alguém mais alinhado ao Palácio do Planalto assumisse o cargo. Renunciou à presidência e ao mandato e assim a vaga foi assumida por Aldo Rebelo (PCdoB).
Articulações ao pé do ouvido
No último mês, as articulações e negociações nos bastidores dominaram os encontros. Deputados eram disputados em almoços e jantares. Rodrigo Maia (DEM) tenta passar a ideia de que está alinhado ao presidente Jair Bolsonaro e tem conseguido o apoio formal das legendas. Apesar do seu otimismo, a sua reeleição não está garantida. Ao contrário. O emedebista mineiro Fábio Ramalho acredita que vai surpreender, da mesma forma quando chegou à vice-presidência da Câmara: mineiramente, com muita conversa ao pé do ouvido e petiscos da culinária mineira.
Polêmica na eleição no Senado
A eleição para a presidência do Senado promete ser das mais tensas dos últimos anos. A insistência do senador Renan Calheiros (MDB) em disputar gerou um movimento contrário na Casa, mas, ao que tudo indica, mesmo com todas as denúncias e críticas, o senador alagoano pode ter votos suficientes para vencer. Ou seja, muitos parlamentares falam o discurso que o povo quer ouvir, mas agem de acordo com seus próprios interesses. Na internet, a hashtag #RenanNever ficou entre os assuntos mais comentados. Antes de chegar ao Renan nunca mais, no entanto, será preciso derrota-lo. O senador Antonio Anastasia disse que o PSDB decidiu lançar o nome do senador Tasso Jereissati avisa que a sessão de hoje será longa, muito longa. Ontem ele defendeu a votação aberta na eleição do presidente do Senado, para, segundo ele “marcarmos posição em ações que são caras à sociedade”.