A presidente Dilma Rousseff tenta de todas as formas evitar o desembarque do PMDB do governo. Ontem, seus principais assessores tentaram oferecer a Secretaria de Aviação Civil, antes ocupada por Eliseu Padilha, a pelo menos quatro peemedebistas mineiros e todos recusaram o convite. A pasta foi oferecida a Carlos Marun, Leonardo Quintão (foto), Mauro Lopes e Newton Cardoso Júnior. A estratégia, a princípio, era a de atrair o PMDB mineiro e fortalecer o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani. Mas Picciani foi destituído do cargo e em seu lugar assumiu o mineiro Leonardo Quintão, do PMDB de Minas Gerais. O assunto acabou virando piada nos corredores do Congresso Nacional.
Leonardo Quintão assume liderança do PMDB dizendo seguirá o partido em relação ao impeachment
O deputado federal mineiro Leonardo Quintão assumiu a liderança do PMDB disposto a defender o que a maioria do partido decidir em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma. A presidente até que tentou demovê-lo da ideia de aceitar a liderança do PMDB oferecendo a Secretaria de Aviação Civil, que tem status de ministério. Mas o convite foi em vão. Leonardo Piacciani foi tirado do cargo justamente devido a sua proximidade com o Palácio do Planalto. “Nós vamos conduzir a bancada na unidade. Toda a decisão partidária de um líder tem que mostrar a maioria do partido. Eu não tenho posição para lado A ou B. Irei tomar a decisão na tribuna da Câmara mediante a decisão da maioria do partido”, argumentou Leonardo Quintão, para em seguida, se reunir com o vice-presidente Michel Temer. E avisou que caso a presidente Dilma o convide para conversar, ele vai, mas ele é a voz interna do partido. Qualquer decisão será tomada democraticamente. Ou seja, o PMDB está virando as costas para o governo.
Dilma tenta salvar Picciani
O governador Fernando Pimentel foi convocado ontem pela presidente Dilma para ajudar Leonardo Picciani a retornar à liderança do PMDB na Câmara Federal. O deputado federal Miguel Correa Jr (PT), saiu da Secretaria de Ciência e Tecnologia para tirar o suplente Silas Brasileiro da Câmara. Brasileiro assinou a lista para tornar Leonardo Quintão líder. Como PT e PMDB fizeram coligação em Minas, Silas Brasileiro se tornou deputado após Corrêa virar secretário. Esta foi a terceira vez que o governador mineiro foi chamado pela presidente para ajudar no controle do estouro da boiada no Congresso.