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Empresários definem Carta de Minas para a Mineração em encontro promovido pelo LIDE

Paulo César de Oliveira
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O novo Código de Mineração foi o foco principal da discussão sobre os problemas, entraves e caminhos para o setor, que movimentaram empresários e políticos ontem (5), no 2º Fórum Brasileiro de Mineração, no auditório da Fiemg. O presidente do Lide Infraestrutura, Roberto Giannetti (foto), ressaltou a importância de se buscar os pontos principais desse debate para a formulação da Carta de Minas, que será entregue às autoridades nos estados e no Governo Federal. Além do Código de Mineração, que tramita no Congresso Nacional, ele ressaltou outras questões que preocupam os empresários do setor, como os gargalos na logística e na infraestrutura para o escoamento da produção. Por outro lado, ele defende a estruturação das empresas para acompanhar as tendências do mercado internacional. “Essa é uma atividade cíclica e estamos há 18 meses com queda nos preços e vivendo em um cenário de incertezas”, ponderou para os empresários. O evento foi promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais – presidido pelo empresário e jornalista Joao Doria Jr. Hoje (6) a discussão continua, com o foco nos gargalos enfrentados pelo setor produtivo no 3º Fórum de Infraestrutura e Logística. O presidente do Comitê Executivo do Lide, João Dória, pondera que os problemas nessa área são complexos e vem se acumulando há décadas. Diante da grave crise que o país atravessa, que é mais institucional e de credibilidade, será necessário, segundo ele, reunir as lideranças políticas e empresariais e mobilizar a sociedade. “Será preciso um grande pacto pelo país”, disse. Os trabalhos começam às 8h, no auditório da Fiemg.

 

Investidores temem mudanças nas regras que regulamentam o setor da mineração

O presidente da Vicenza Mineração, Wilson Brumer, provocou ontem o secretário de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira, afirmando que o governo federal não vai conseguir aprovar o Código de Mineração nem agora, nem nos próximos três anos. O problema, segundo ele, é que os investidores estrangeiros e até mesmo o empresário brasileiro, ficam inseguros para investir no país, por temerem que as regras mudem no meio do caminho. Carlos Nogueira rebateu que não é bem assim, que a discussão do novo Código está adiantada. Mas concorda que o ambiente no Congresso Nacional não é dos melhores e que as denúncias envolvendo parlamentares podem ser bem maior do que se imagina. Os dois participaram da discussão no painel sobre este tema durante o 2º Fórum Brasileiro de Mineração, no auditório da Fiemg.

 

 

Ex-ministro Furlan vê a questão política como um grande desafio

Ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Lula, de 2003 a 2007, Fernando Furlan, atualmente Chairman do Lide, é um otimista por excelência. Crise é uma palavra que ele cortou do seu vocabulário. Mas não é possível fugir da realidade atual do país. Para ele, o Brasil estava no 10º andar, passou para o 2º e para chegar ao térreo falta pouco, comentou ontem (5), em Belo Horizonte, no 2º Fórum Brasileiro de Mineração. Furlan entende que o cenário não é muito diferente do de 2002, quando o país também enfrentou uma forte crise, com o dólar variando entre 3 reais a 3,5 reais. “Esse fato acabou impulsionando a exportação. Fizemos um grande esforço para melhorar as exportações na época. Neste momento, estamos no fim de 2015, fazendo planos para 2016, e muitas empresas estão calculando a viabilidade de retomar as suas vendas no exterior, levando em conta as taxas de câmbio atual, na casa dos 4 reais. Foi claramente o que aconteceu em 2003, quando houve uma queda no poder aquisitivo e a recuperação veio com o estímulo ao mercado interno. A solução, com certeza, virá do mercado externo”. Mas o ex-ministro pondera que falta nesse momento confiança e previsibilidade para que os empresários invistam. “O setor produtivo tem desconfiança e não consegue ver o amanhã. Com isso põe o pé no freio, fica mais conservador, não faz investimentos, não faz despesa, dispensa gente. Do lado do comprador é a mesma coisa, posterga a compra de máquinas, o consumidor espera para fazer a compra de um eletrodoméstico, um apartamento ou um automóvel ou até de roupa e você vai tendo um reflexo negativo no emprego, na produção, no desânimo das pessoas”. Furlan acredita que as exportações vão ajudar a equilibrar a balança comercial brasileira e disse que os números apontam para isto. “Nós estamos voltando a outubro de 2014 em dólares, o que é uma sinalização positiva. A balança comercial vai sair na casa dos 15 bilhões de dólares positivo, diferente do ano passado. No ano que vem a exportação vai crescer vigorosamente. Vejo claramente a possibilidade de termos uma recuperação, o gatilho é serenar a questão política. Esse é o grande desafio”.

 

Empresários querem uma definição para pôr fim aos entraves ambientais

O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Olavo Machado Jr., defendeu a necessidade de se aprovar rapidamente o projeto que altera a lei ambiental no estado, durante o 2º Fórum Brasileiro de Mineração, no auditório da entidade. O projeto está sendo melhorado pelos deputados, segundo ele, mas é preciso agilidade para que o meio ambiente possibilite um modelo de desenvolvimento no estado. Outra preocupação é em relação a indefinição no país. A Fiemg, segundo ele, tem 800 milhões de reais para investir nos próximos quatro anos, mas não sabe se os projetos previstos serão efetivados. Além disso, lamenta os cortes de recursos para os cursos profissionalizantes do Sistema S. “O que nos assusta neste momento é o fato de podermos ter que fechar 40 escolas para adequar àquilo que o governo está nos exigindo. Nós fomos os que mais aplicaram na formação de pessoas, com excelentes resultados. O governo está postergando aquilo que foi uma grande ideia que ele mesmo teve”.

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