Entre bandidos e hashtags

A operação policial no Rio, comandada pelo governador Cláudio Castro (foto/reprodução internet), expôs um flanco sensível do governo: a perda de autoridade no tema da segurança pública. Nas redes, 69% das menções a Lula foram negativas, associando o presidente à conivência com o crime. A frase dita no exterior — “traficantes são vítimas da sociedade” — virou combustível para uma reação moralista que o Planalto não soube conter. Enquanto isso, Cláudio Castro foi retratado como o antípoda do “presidente dos traficantes”. A internet traduziu o impasse: a direita domina a pauta da ordem; o governo, preso à retórica da compaixão, colhe desconfiança. Quando o Estado perde o monopólio da força, o discurso perde o monopólio da razão.