Os gestos de bondade da presidente Dilma para como o PMDB, seguindo a orientação do presidente Lula de que é melhor perder ministérios do que a presidência, parece não ter convencido os líderes peemedebistas. Pelo menos não seduziu o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que avisou ontem (24) de que distribuir ministérios não vai resolver os problemas da presidente Dilma no Congresso Nacional. “Essa tentativa de reintroduzir o PMDB no projeto, uma tentativa através de cargos públicos, não é a melhor forma de fazer. Mais ocupação de cargos ou menos ocupação de cargos jamais vai resolver as divergências de base que existem”, irritou-se o presidente da Câmara, que reafirmou a sua intenção de se manter longe desse processo. “Eu continuo defendendo que o PMDB saia do governo, que não ocupe cargos. Da minha parte, ignoro o que está acontecendo com a reforma. Não tenho ingerência e não quero ter”, disse Cunha (foto). A presidente Dilma está oferecendo ao PMDB seis ministérios em troca do apoio do partido. Além disso, ofereceu o ministério das Comunicações para o PDT, em troca do ministério do Trabalho, que deverá ser incorporado pelo Ministério da Previdência, a ser entregue ao PT. As mudanças desenhadas por ela e pelo ex-presidente Lula foram levadas ao vice-presidente Michel Temer em mais uma tentativa de atraí-lo para mais perto do governo, outra das orientações de Lula à Dilma. Mas só depois da viagem para os Estados Unidos é que a presidente Dilma vai anunciar as mudanças que fará em seu governo. Ela embarcou ontem (24) para Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU.