A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou nessa terça-feira, que o excesso de burocracia estatal é um facilitador da corrupção. Ela participou da palestra “Ganhando a luta contra a corrupção”, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, organizado pelo Grupo de Embaixadores Africanos. “Quando há excesso de burocracia, há mais instâncias, gavetas para que se guardem os pedidos e pleitos. Muitas vielas por onde podem passar os comportamentos públicos”, disse a ministra. A presidente da Corte Suprema também listou a falta de transparência e de abertura do poder público como fatores que impulsionam práticas criminosas no Estado. Cármen Lúcia (foto) falou por cerca meia hora no seminário, que também reuniu o vice-decano do Grupo de Embaixadores Africanos e embaixador da República de Camarões, Martin A. Mbeng, o ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, e o diretor do Instituto de Relações Internacionais da UnB, José Flávio Sombra Saraiva. “Quando maior a transparência, menores as chances de corrupção. A sombra é uma facilitadora desta prática”, disse a ministra, acentuando a necessidade de os gastos e funções públicas serem informados. “É preciso adotar formas de prevenção à corrupção sistematicamente. Corrupção nem sempre passa recibo. Digo nem sempre porque agora tem-se muitas demonstrações de atos espúrios que precisamos combater”, disse a ministra. “O princípio da moralidade exige estruturas combativas, preventivas e de repressão. A corrupção é um crime de razão, premedita-se, quer-se, programa-se, e aí se tem a corrupção. Prática tem que ser devidamente punida”, afirmou Cármen Lúcia.