Em períodos de radicalização e confrontos é sempre bom um passeio pela história. E aí ressurge a figura sinistra do Cabo Anselmo (foto), um militar da Marinha que presidia a Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil em 1964. Foram os marinheiros que se rebelaram contra punições impostas a companheiros, gerando um movimento que envolveu outras corporações militares. As rebeliões insufladas por Cabo Anselmo acabaram sendo a justificativa para os golpistas derrubarem João Goulart e implantarem os governos militares, sempre em nome da lei e da ordem e contra o risco do comunismo. Passados os anos, descobriu-se que Anselmo era agente duplo e agiu como policial infiltrado nos movimentos militares e posteriormente em grupos de esquerda que lutaram contra o regime. Ontem um cidadão, que o Gabinete de Segurança Institucional afirma ter detido, jogou uma lata de tinta vermelha – a cor do comunismo- na rampa do Palácio do Planalto. Foi o bastante para o presidente Bolsonaro dizer que a oposição começa a colocar as “mangas de fora” relacionando, sem dizer abertamente o ato de vandalismo no Planalto às passeatas contrárias ao seu governo. É preciso ficar atento aos desdobramentos desta história. Alguém que joga tinta na rampa do Planalto é alguém que deseja ser preso. Ou é um inimputável, como Adélio Bispo aquele que tentou matar o candidato Bolsonaro em Juiz de Fora e que o presidente, ainda hoje, insiste em apontar como membro de uma facção de esquerda, fato descartado pela própria Polícia Federal.