Há quem diga que a posse será das mais concorridas, outros preferem apostar que será com presença modesta, pois alguns convidados, com os nervos à flor da pele, vão preferir ficar na muda. Controversas à parte, o fato é que promete pelo menos muita curiosidade com o que está por vir, a posse de Raquel Dodge (foto) como procuradora-geral da República, na próxima segunda-feira, às 8h, na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília. A solenidade estava marcada para o mesmo dia, às 10h30, mas o horário foi alterado para que o presidente Michel Temer pudesse comparecer. É grande a expectativa com relação à atuação de Raquel Dodge, que sucederá Rodrigo Janot na PGR. Para o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). a Operação Lava Jato está em “boas mãos”, com a troca no comando da PGR. Tida como excessivamente rigorosa e centralizadora, a nova procuradora geral da República teria feito críticas veladas ao acordo de delação premiada dos executivos da J&F, embora não tenha se manifestado publicamente sobre o assunto. É esperar para ver.
Ironia na despedida
E por falar na saída de Rodrigo Janot, o ministro STF, Gilmar Mendes, habitual crítico do ainda procurador-geral, usou trecho de um poema para se referir à despedida de Janot instantes antes da última sessão do PGR. “Eu diria em relação ao procurador-geral Janot uma frase de Bocage: ‘Que saiba morrer quem viver não soube'”, disse Gilmar Mendes, citando o poeta português Manoel Maria Barbosa Du Bocage.