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Governo acha manifestações democráticas e se diz atento à pauta

Paulo César de Oliveira
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O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse ontem (13) que o governo considera os protestos de domingo como uma “manifestação democrática”, e está atento às reivindicações apresentadas pelas pessoas que foram às ruas. Pela segunda vez em menos de um mês, milhares de pessoas protestaram em cidades de todas as regiões do país, contra o governo da presidente Dilma Rousseff e pelo fim da corrupção, entre outras causas. Segundo cálculos dos organizadores e das polícias militares estaduais, as manifestações de domingo foram menores que as primeiras, no dia 15 de março. “O governo está atento à pauta das mobilizações. O governo continua governando, mas considerando as manifestações como uma manifestação democrática do nosso país. O governo, como já disse, respeita uma manifestação dessa dimensão. É uma expressão importante da democracia brasileira”, disse o ministro após se reunir com assessores de comunicação do governo.

 

Estratégia é unificar a linguagem da comunicação

Perguntado sobre os resultados da pesquisa Datafolha, divulgada no fim de semana, segundo a qual 63% dos brasileiros querem o impeachment da presidenta Dilma, Silva disse que o descontentamento em relação aos políticos atinge todas as esferas do poder, expressado desde as manifestações de junho de 2013. “Todos os poderes constituídos do Estado brasileiro certamente estão sendo questionados. A imensa maioria das prefeituras, dos governos de estados, dos legislativos. É claro que temos a responsabilidade, por sermos o governo central, mas o mais importante é que a gente possa entender o sentimento das ruas e trabalhar para que a gente aprimore e aproxime cada vez mais o Estado da sociedade civil”, ponderou. Responsável pela comunicação do governo, Silva disse que a estratégia para melhorar os índices de aprovação da gestão Dilma será a aproximação com a sociedade para ouvir mais as demandas da população. “A sociedade civil quer participar mais da vida política no nosso país, a sociedade quer mais instrumentos de fiscalização”, ressaltou. No encontro de ontem, o ministro reuniu os assessores de comunicação do governo federal para discutir estratégias conjuntas para todas as pastas. “Foi uma reunião para que a gente possa unificar a forma de trabalho de toda a comunicação do governo. Preciso conhecer a estrutura de cada ministério, quero saber o que cada ministério está organizando para que a gente possa fazer a informação chegar de forma mais eficiente ao cidadão”, disse Silva, que está no governo desde o fim de março. Segundo Edinho Silva, “informar os feitos do governo não é nenhuma benesse, é uma obrigação”, porque o que o governo faz é com dinheiro público, e “o cidadão tem que saber aquilo que acontece com o seu dinheiro”.

 

Dilma diz ser contra redução da maioria penal

A presidente Dilma (foto) manifestou-se ontem, pelas redes sociais, contra a redução da maioridade penal. A admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados no fim de março, e uma comissão especial foi instalada para analisar o texto. “Não podemos permitir a redução da maioridade penal. Lugar de meninos e meninas é na escola. Chega de impunidade para aqueles que aliciam crianças e adolescentes para o crime”, escreveu Dilma em seus perfis nas redes sociais Twitter e Facebook. A presidente disse que a redução da maioridade seria “um grande retrocesso” para o país e que não resolveria os problemas de jovens em conflito com a lei. Dilma defende que a punição nesses casos obedeça a medidas já previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Reduzir a maioridade penal não vai resolver o problema da delinquência juvenil. Isso não significa dizer que eu seja favorável à impunidade. Menores que tenham cometido algum tipo de delito precisam se submeter a medidas socioeducativas, que, nos casos mais graves, já impõem privação da liberdade. Para isso, o país tem uma legislação avançada: o Estatuto da Criança e do Adolescente, que sempre pode ser aperfeiçoado”, avaliou. Nos posts, Dilma disse que orientou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a iniciar uma “ampla discussão” para aprimoramento do ECA. “É uma grande oportunidade para ouvirmos em audiências públicas as vozes do nosso país durante a realização deste debate”. A presidente também defendeu mudanças na legislação para endurecer a punição para adultos que aliciam jovens para o crime organizado.

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