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Governo fica acuado com novas denúncias

Paulo César de Oliveira
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O ainda senador Delcídio Amaral (foto) colocou fogo no que restava da política brasileira. Segundo matéria publicada no site da revista IstoÉ, que antecipou sua edição semanal, o senador petista, preso na Operação LavaJato, acusado de obstrução dos trabalhos da Justiça, revelou, em depoimento, em delação premiada, que a presidente Dilma e o ex presidente Lula tentaram interferir nas investigações e no andamento do processo do petrolão. A presidente, segundo ele, nomeou para o Superior Tribunal de Justiça o ministro Marcelo Navarro, que teria aceitado o compromisso de beneficiar os investigados da LavaJato, inclusive com a concessão de habeas-corpus, caso houvesse os pedidos. Já o ex-presidente Lula teria dado a ordem de se buscar um entendimento com o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para que ele não aceitasse fazer a delação premiada em troca de uma mesada de R$ 50 mil para sua família e de cobertura para sua fuga do país. A matéria cita ainda o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, empossado ontem na Advocacia Geral da União, como um dos envolvidos no esquema de abafa das investigações. À tarde, através de nota, Delcídio foi ambíguo em seu posicionamento. Não confirmou nem desmentiu as informações da revista. A nota fala ainda em “respeito ao povo brasileiro e ao interesse público”. Também através de nota Dilma e Lula comentaram o assunto de forma superficial. A presidente não refutou as afirmações atribuídas ao senador Delcídio, limitando-se a criticar, novamente, o que chamou de “vazamentos apócrifos, seletivos e ilegais”. Já o Instituto Lula reafirmou o velho refrão de que o ex-presidente Lula, em momento algum, se envolveu em qualquer tipo de irregularidade. O ministro Navarro negou ter se comprometido a tomar decisões que beneficiariam empreiteiros e garantiu ter “consciência limpa”. A reação mais contundente à fala de Delcídio foi do ministro José Eduardo Cardozo. Ele negou participação em qualquer esquema de abafa das apurações. Defendeu o comportamento da presidente e de Lula que, segundo ele, nunca tentaram interferir nas apurações nem articularam a defesa dos acusados e acusou Delcídio Amaral de estar mentindo em seu depoimento. Para Cardozo, o senador, que era líder do governo no Congresso até ser preso, não tem credibilidade para fazer delação. A oposição não concorda com Cardozo e anuncia que irá convocá-lo para dar explicações no Congresso. O assunto ainda vai render muito.

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