O governo vai lançar até o início de julho um pacote batizado de “Progredir” para incentivar que os beneficiários do Bolsa Família entrem no mercado formal de trabalho, estimando alcançar com isso cerca de um terço das 13,4 milhões de famílias que recebem a assistência mensal, disse nessa sexta-feira o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (foto), em entrevista á Reuters. O ministro também confirmou que o Bolsa Família será reajustado em 4,6%, 1 ponto acima da inflação de 3,6% medida pelo IPCA nos 12 meses até maio, o que deverá ser divulgado até o fim deste mês.
Renda do beneficiário poderá ficar maior
Com o “Progredir”, cujo orçamento será de R$ 100 milhões neste ano, o governo quer reunir uma série de iniciativas para que os brasileiros não tenham receio de perder o benefício do Bolsa Família ao buscarem registro formal de emprego. “O Estado tem que priorizar que essas famílias tenham oportunidade de ter emprego e renda. E não precisar mais do Bolsa Família”, disse Terra. “A gente está fazendo um colchão, uma rede de proteção, para eles ficarem mais confiantes para pular no trapézio, para ir para outro nível.” Um dos pilares do “Progredir” será instituir que as famílias continuarão recebendo o Bolsa Família por dois anos mesmo se elevarem sua renda até determinado valor, que ainda está sendo estudado, mas poderá chegar a meio salário mínimo per capita. Atualmente, o teto do Bolsa Família é de R$ 170 per capita, enquanto o salário mínimo está em R$ 937. Além disso, elas voltarão automaticamente a receber a ajuda se perderem o emprego formal, mesmo passados os dois anos, medida que evitará a necessidade de novo ingresso na fila do programa.