Sob intensas cobranças para a liberação de recursos para respaldar a população mais vulnerável, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem, que não é hora de busca por protagonismo nem oportunismo político. Ele defendeu a cooperação entre poderes para colocar em primeiro plano a defesa da saúde e do emprego dos brasileiros. “Depois, pode voltar o barulho. Ali na frente a gente volta a brigar de novo. Democracia é barulhenta, mesmo”, disse Guedes, ressaltando que essas disputas não podem prevalecer no momento atual. “Não é o momento para tentar explorar politicamente quaisquer problemas que tenhamos”, afirmou. O ministro ressaltou, porém, que já há um clima de cooperação por parte de atores políticos. “Tem havido (colaboração), tanto da mídia quanto do Congresso, que têm nos auxiliado a lidar com a crise”, disse. “É hora de buscar união.”
Um cronograma a seguir
Nos últimos dias, o governo Jair Bolsonaro foi criticado pela demora em sancionar a lei que cria o benefício, que será pago por três meses. “Não são um ou dois dias de atraso ou antecipação. Desde que começamos a formular o programa, o grande desafio é a logística de entrega. É um cronograma quase que físico. Não é a aprovação se um ou dois dias antes ou depois que vai mudar esse cronograma físico”, rebateu Guedes. “O que fizemos foi a liberação do caixa”, disse o ministro. Ele reconheceu que, até essa liberação, havia uma série de amarras orçamentárias impedindo o pagamento, mas Guedes afirmou que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes resolveu isso. “A decisão libera o caixa, mas não muda cronograma físico”, reforçou. O ministro da Economia afirmou ainda que os programas devem chegar a quase R$ 1 trilhão nas próximas semanas ou meses. Ele também rebateu críticas de demora do governo para agir. “A verdade é que em três ou quatro semanas saímos de zero a R$ 800 bilhões. Qualquer crítica eu considero oportunismo político, não atitude séria”, disse Guedes (foto). “Peço cooperação, e acho que teremos, pela gravidade da crise. Segundo o ministro, “nenhum país emergente fez movimento tão rápido e com tanto volume de recursos” como o Brasil. “O volume de recursos é formidável, nunca houve mobilização tão rápida e continuamos preparados para atender a emergências”, afirmou.