O deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), relator da reforma política na comissão especial da Câmara, afirmou em entrevista ao Grupo Estado, que sua proposta de estabelecer o voto em lista fechada para as próximas eleições não seria aprovada no Congresso se a votação fosse hoje. Mesmo assim, o deputado espera que os colegas e a sociedade sejam convencidos e aprovem a medida no mês de maio na Câmara. “Hoje não passa. Mas, como não temos outro caminho e também não estamos inventando a roda, porque isso já existe em mais de 80% do mundo democrático, conseguiremos votar tanto na comissão quanto no plenário com um debate bem feito”, afirmou o deputado. Cândido (foto) participou nessa sexta-feira, de um debate organizado pelo PT para discutir a Operação Lava Jato.
Lista fechada é única forma de derrubar custo de campanha
Ele afirmou que, com a necessidade de derrubar o custo das campanhas e a ausência do financiamento empresarial, não há outro caminho para o Brasil se não a lista fechada. “Se votasse hoje, não passaria a lista fechada. Mas a necessidade é urgente, para encaixar nas condições brasileiras o financiamento público, temos que derrubar radicalmente o custo de campanha, a lista fechada é o único caminho neste momento”, falou. O deputado vai propor em seu relatório que o financiamento das campanhas seja público, dando espaço para que cidadãos doem no máximo um salário mínimo para uma candidatura. Além disso, ele disse que vai propor no parecer que o mesmo limite seja determinado para o autofinanciamento de candidatos. Cândido disse que o sistema de lista fechada não é uma articulação para proteger investigados na Operação Lava Jato, como foi aventado. “Isso é um argumento que não para em pé. A questão da Lava Jato é um momento conjuntural do Brasil. Se eu for legislar para um país para 30, 50 anos, baseado apenas no momento conjuntural eu não consigo fazer nada”, afirmou.