O prefeito Marcio Lacerda (PSB) e o senador Aécio Neves (PSDB) devem começar a formatar a chapa que vai defender o grupo liderado pelos dois à prefeitura de Belo Horizonte em um almoço, hoje, na cidade. A conversa está adiantada e o nome do candidato pode sair ainda hoje. Estão no páreo o ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP), o vice-prefeito Délio Malheiros (PV), o secretário municipal de Obras Josué Valadão (PSB), o deputado estadual João Vítor Xavier e o deputado João Leite, ambos do PSDB. O nome de João Leite começou a aparecer a partir de um impasse criado no meio do processo de negociação. Délio Malheiros estava trabalhando para viabilizar seu nome, sendo monitorado pelo senador Antonio Anastasia, mas nos últimos dias, Alberto Pinto Coelho (foto) apareceu como o nome mais viável, com apoio, inclusive, da bancada estadual do PSDB na Assembleia Legislativa. Na última hora, no entanto, o nome de João Leite começou a ser cogitado. Ele já disputou a prefeitura duas vezes e perdeu nas duas, mas alguns tucanos acreditam que o momento está mais favorável para lança-lo em uma nova disputa. Já o deputado João Vítor Xavier está disposto a sair candidato, com ou sem o apoio do grupo, e deve trocar o PSDB pelo PSD para viabilizar a sua candidatura. Mesmo caminho pode ser tomado por Délio Malheiros, principalmente se o PV conseguir aumentar a sua bancada federal de cinco para nove deputados. Isso garantiria sua participação nos debates em canais de televisão, aumentando a sua visibilidade junto ao eleitor. O temor do grupo, no entanto, é que a pulverização das candidaturas acabe prejudicando e abrindo espaço para os adversários, no caso o PT e o PMDB.
PDT terá candidatura própria para a prefeitura de Belo Horizonte e já traça estratégia para a disputa
Um dos partidos que compõe o grupo liderado pelo prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e pelo senador Aécio Neves (PSDB), o PDT já definiu pelo lançamento de candidatura própria. O deputado sargento Rodrigues vem trabalhando para ser o nome do partido, e tem enfrentado a fúria do PT na Assembleia Legislativa, que já prevê problemas, caso o nome do parlamentar seja confirmado. Rodrigues faz oposição sistemática ao PT e há o temor de que nos debates ele acabe prejudicando o candidato do partido ou do PMDB, caso o PT desista mesmo de lançar candidatura própria, como defende o governador Fernando Pimentel. Mas a ideia é essa, fazer barulho para dar visibilidade ao seu nome. A candidatura é bem vista por tucanos e socialistas, que já estão prevendo um desgaste para o candidato do grupo adversário. Para manter o PDT próximo ao projeto defendido por Aécio e Lacerda, os dois já fizeram um acordo com Rodrigues para um apoiar o candidato do outro, no segundo turno.
Petistas se articulam por candidatura própria
Os movimentos do diretório estadual do PT para que o partido deixe de lançar candidatura própria em Belo Horizonte, devido ao desgaste da legenda nacionalmente, não tem encontrado ressonância na militância petista. O desejo de lançar candidatura própria surgiu na Câmara Municipal e rapidamente tomou forma. O deputado federal Reginaldo Lopes decidiu apoiar o movimento e seu nome começou a circular entre os petistas como uma das possibilidades do PT, ao lado do ministro de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. Um dos problemas levantados pelos petistas pró candidatura própria é a de que o partido corre o risco de encolher se não tiver um nome para defender a legenda. O partido tem atualmente seis vereadores na Câmara Municipal de Belo Horizonte e pode ter dificuldade em manter o mesmo número de parlamentares nestas eleições. Mas as dificuldades serão maiores sem um candidato para puxar votos para a chapa proporcional.
PMDB não faz questão de ter o PT na chapa para a disputa em Belo Horizonte
A proposta da aliança entre PMDB e PT nas eleições em Belo Horizonte não é rejeitada, mas também não é vista como essencial para os peemedebistas, que temem dificuldades maiores no processo eleitoral devido ao desgaste do PT, causado pelas denúncias de irregularidades envolvendo políticos do partido. Além disto, o PMDB pode ter que se aliar ao PT em cidades do seu interesse no interior de Minas, onde o PT também enfrenta resistências. Sem um compromisso em Belo Horizonte, seria mais fácil evitar as alianças no interior. Para a disputa, o PMDB tem nomes considerados fortes como o deputado federal Leonardo Quintão, que fez as pazes com setores do PMDB no estado que o rejeitavam, após desistir da sua candidatura à liderança do partido na Câmara dos Deputados. Ao apoiar a candidatura de Leonardo Picciani (PMDB-RJ), Quintão acabou rompendo as barreiras ao seu nome e aparece como o franco favorito para a disputa.
Prévia para 2018
Todos os movimentos que estão sendo articulados por PT, PMDB, PSDB, PSB, PDT e partidos com menor expressão, têm como meta as eleições de 2018. Belo Horizonte é a principal arma para o PSDB voltar ao Palácio da Liberdade e à Cidade Administrativa. Uma vitória na capital significará o fortalecimento do PSDB e o enfraquecimento do PT na cidade que administrou durante vários anos. O PSDB, inclusive, tem conseguido boa votação na capital, mas perde no interior. Já para o PMDB, conquistar Belo Horizonte pode ser o passaporte para caminhar sem o PT nas eleições ao governo do estado. O último governador do partido foi Itamar Franco, eleito em uma chapa pura, tendo ao seu lado Newton Cardoso. Também estão na mira dos peemedebistas as cidades polo e médias, que terão disputas acirradas neste ano. Além disto, Minas Gerais é o segundo colégio eleitoral do país. Se o senador Aécio Neves conseguir se viabilizar novamente como o candidato do PSDB à presidência da República, ele terá que ter uma votação expressiva no estado, caso contrário, irá repetir o mesmo problema que teve na última eleição: o de não conseguir subir as rampas do Palácio do Planalto por ter perdido em casa. Para o PT o trabalho será o de sem manter no governo e de crescer no interior, mesmo com um cenário desfavorável para o partido.