O resultado foi o que se esperava. Pelo impeachment, 15, pela rejeição, 5. O presidente da Comissão do Impeachment, Raimundo Lira, do PMDB, preferiu não votar. Bem ao contrário das outras reuniões, a de ontem, convocada para a votação do relatório do senador Antonio Anastasia, foi tranquila e rápida. Houve algum bate-boca, como sempre envolvendo o petista Lindbergh Farias (foto), que andou provocando os oposicionistas com mensagens na rede social. Quando a discussão começou a esquentar, Lira suspendeu a sessão para reiniciar logo após com a votação. O governo ainda tentou uma manobra para suspender o trabalho da comissão, alegando a necessidade de uma definição sobre a situação política do deputado Eduardo Cunha que virou o inimigo número um dos governistas. O Advogado-Geral da União tenta dar ares de seriedade à tese de que o processo de impeachment tem nulidades por ter sido aberto por Cunha, acusado pelos governistas de instaurar o processo como forma de vingança contra a presidente. Ele anunciou que estuda a possibilidade de recorrer ao STF pedindo que o processo seja considerado nulo. Enquanto seus advogados procuram teses para dar sustentação à defesa, a presidente Dilma aumentou o tom de suas criticas a Cunha e, agora a Temer. Para ela, um, por vingança, abriu o impeachment, processo que considera ridículo e absurdo, e o outro, é conivente com o “golpe” por se beneficiar dele. A presidente escolheu ontem a cidade de Cabrobó, no interior de Pernambuco, onde está sendo instalada uma estação de bombeamento de água do projeto de transposição do Rio São Francisco para reafirmar que não renuncia e que vai lutar até o fim para evitar o impeachment. Para a presidente, renunciar seria uma forma de “entrar debaixo do tapete” ajudando seus opositores a esconder aquilo que chama de golpe. E isto, reafirmou em palanque, ela não fará. Na quarta-feira o relatório da Comissão de Impeachment deverá ser lido no plenário do Senado. A votação pela admissibilidade do processo deverá ocorrer na sexta-feira.