É verdade que nunca, ou raras vezes ao longo de nossa história, tivemos instituições tão fracas. Legislativo, Judiciário e Executivo são hoje compostos por nomes de pouca expressão – com honrosas exceções, ressalte-se – isto sem falar naqueles que deveriam estar fora da atividade pública por lhes faltar condições éticas para o exercício dos cargos que ocupam. A estes Poderes devemos, por justiça, juntar também o Ministério Público por razões óbvias. Instituições fracas estimulam os ataques que, a cada dia, são mais frequentes no país. Ataques de quem não tem qualquer embasamento técnico para fazê-los e, por isso, usa a estratégia de desqualificar seus alvos, como aliás o PT fazia com muita competência Ataques de quem tem interesse em aumentar ainda mais os desgastes das instituições com objetivos inconfessáveis, mas que têm sinais de busca do totalitarismo. Nossa situação é, sabemos, dramática. De um lado instituições reconhecidamente fracas, politicamente podres. De outro oportunistas que, aproveitando-se desta realidade, se assanham e jogam gasolina na fogueira da incompetência. Acusam sem apresentar fundamentações lógicas, buscando atender um público ainda mais despreparado, mas que pode servir para sustentar tentativas de golpe contra a democracia. Até aqui o alvo principal tem sido o Judiciário, notadamente o STF, que, além de carecer de nomes de “notável saber jurídico”, e em alguns casos, reputação ilibada, dois dos cinco requisitos constitucionais para o cidadão ser ministro da Suprema Corte, ainda tem sido chamado a decidir sobre assuntos complexos e politicamente explosivos, baseando suas decisões num texto constitucional reconhecidamente falho. Num quadro assim, é praticamente impossível que uma decisão interpretativa do texto, agrade a todos. Haverá sempre os descontentes que, até aqui, têm se mostrado os mais ruidosos e ácidos em suas críticas. Não somos um país de tradições democráticas. Temos sim, nós povo, uma enorme atração por regimes totalitários como se neles não tivesse existido corrupção tão deslavada como a que acontece agora. Aliás, muitos do que apontamos agora como corruptos e praticantes da velha política, são filhos do totalitarismo. É preciso muito cuidado na escolha dos caminhos a seguir. Todos têm suas armadilhas.