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Janot fala em orgulho recuperado e elogia o Ministério Público

Paulo César de Oliveira
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ontem (31), a propósito das investigações e prisões decorrentes da Operação Lava Jato, que não existe mais no país cidadão acima da lei ou livre de se submeter às decisões judiciais. Falando por ocasião da solenidade de devolução à Petrobras de R$ 69 milhões, repatriados a partir das investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF), o procurador-geral avaliou que depois da Operação Lava Jato, a Justiça brasileira amadureceu. “Que fique, portanto, a mensagem de que o Ministério Público Federal está trabalhando para recuperar o orgulho do brasileiro e de que não existe cidadão acima da Lei. Hoje a Justiça brasileira dá sinais de que estamos vivendo um período de maturidade em que ninguém se exime do cumprimento da lei ou de se submeter às decisões judiciais”, disse Janot (foto).

 

Cardozo aproveita para exaltar o Executivo

Para Janot, a devolução de recursos desviados de forma ilícita da Petrobrás revela a atuação efetiva e incisiva do Ministério Público, além de resgatar o orgulho do Brasil. “Se acompanharmos a trajetória e as dificuldades dessa empresa para chegar até onde chegou, veremos que o que esses criminosos fizeram foi, além de saquear barbaramente os recursos dessa empresa, retirar da sociedade brasileira o seu orgulho e o orgulho na sua maior empresa. Pretendemos reverter este quadro e permitir a recuperação do nosso orgulho perdido. Essa empresa foi vítima da atuação cruel de criminosos que achacaram o seu patrimônio”. Também presente à solenidade, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, avaliou, por sua vez, que com a assinatura da devolução do dinheiro se construiu um símbolo histórico que marca claramente que o Brasil é hoje um Estado de Direito pleno, onde as instituições são respeitadas e os poderes são independentes. “É um Estado de Direito também porque a lei vale para todos, porque as investigações são feitas com isenção, com autonomia e o Poder Executivo, mesmo diante dos seus órgãos policiais, não visa orientar para que essas investigações [da Lavo Jato] atinjam adversários ou poupem quem quer que seja”. Cardozo, no entanto, aproveitou a oportunidade para reiterar que, também em um Estado de Direito, nenhum cidadão pode ser punido ou execrado, sem o direito ao contraditório, à ampla defesa e ao trânsito em julgado de uma sentença – quando não há mais possibilidade de recursos.

 

O discurso é bom, mas o povo quer ver na prática

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que “é dever de todos” da companhia “trabalhar arduamente para que essas descobertas (de práticas de corrupção) tornem a Petrobras mais forte, mais sólida e mais transparente”. “A gente não aceita e jamais aceitará a condição de vítima com passividade”, destacou, em discurso durante o ato simbólico de retomada de R$ 69 milhões aos cofres da empresa. Esta foi a segunda parcela recuperada pela petroleira em dinheiro desviado por atos de corrupção investigados na Operação Lava Jato. O presidente da estatal também anunciou novas medidas para “aprimorar os controles internos da companhia” e o relacionamento com os fornecedores. “Não podemos perder a oportunidade de aprender com essa crise”, ressaltou.

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