Apesar anunciar que vai se licenciar do Ministério do Planejamento para aguardar uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a conversa que teve com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, quando falou em propor um pacto para acabar com a Operação Lava Jato, Romero Jucá(foto) será exonerado do cargo para reassumir o mandato no Senado.A exoneração será publicada nesta terça-feira . Irritado, Jucá disse que pretende voltar ao Senado para fazer “o enfrentamento” e evitar “babaquices” e manipulações da oposição, como o PT. “Sou o presidente do PMDB, sou um dos construtores desse novo governo e não quero, de forma nenhuma, deixar que qualquer manipulação mal intencionada possa comprometer o governo. Portanto, enquanto o Ministério Público não se manifestar, aguardo fora do ministério o posicionamento. Se ele se manifestar que não há crime, que é o que acho, caberá ao presidente Michel Temer me reconvidar ou não”, disse Jucá. Ele avaliou que seu afastamento do ministério não vai prejudicar a aprovação da nova meta fiscal de R$ 170,5 bilhões, a ser votada hoje no Congresso. “A meta é uma meta de governo, que foi feita por mim e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. É técnica, um dado de responsabilidade, e vamos aprovar a meta”.
Temer até já agradeceu
O presidente interino Michel Temer disse que o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, continuará auxiliando o governo no Congresso após deixar o cargo. Jucá é senador pelo PMDB de Roraima. Em nota divulgada no começo da noite de ontem, Temer agradeceu Jucá pelo trabalho desempenhado no ministério, para o qual havia sido nomeado no último dia 12. “Registro o trabalho competente e a dedicação do ministro Jucá no correto diagnóstico de nossa crise financeira e na excepcional formulação de medidas a serem apresentadas, brevemente, para a correção do déficit fiscal e da retomada do crescimento da economia. Conto que Jucá continuará, neste período, auxiliando o governo federal no Congresso de forma decisiva, com sua imensa capacidade política”, disse o presidente interino na nota. Depois de 11 dias à frente da pasta, Jucá deixa o Ministério do Planejamento após a divulgação, pelo jornal Folha de S.Paulo, de uma conversa dele com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em que o ex-ministro sugere um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato.