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Legislativo e Judiciário sob ataque de todos

Paulo César de Oliveira
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Vivemos tempos difíceis. Tempos de intolerância e de desmedidas críticas aos Poderes Legislativo e Judiciário. Até que em relação ao Legislativo, não se pode dizer que seja uma novidade. Desde sempre vereadores, deputados e senadores são vítimas de todo tipo de xingamento. São, no mínimo, desonestos e no máximo filhos de alguma coisa. Esta relação entre o cidadão e o Legislativo é no mínimo interessante. Não é correto dizer que a relação é entre os eleitores e os parlamentares, pois muitos nem mesmo votam, mas se sentem no direito de xingar Para um Poder tão execrado, os níveis de renovação são baixos. O que significa dizer que o eleitor xinga, esbraveja, mas, na urna é fiel ao seu “bandido” de estimação. Não são raros os parlamentares de cinco, seis mandatos consecutivos, mostrando que o eleitor não tem seriedade em seus posicionamentos e em seus votos. Mas o que se vê hoje é uma migração da ira da população que, é verdade, não se esqueceu dos parlamentares, mas voltou sua raiva contra o Judiciário. Gente com algum conhecimento, gente sem a menor ideia do que fala, e gente até muito bem informada, mas com interesses pessoais ou corporativos, transformaram o Judiciário brasileiro, em todos os seus níveis, na Geni, da música de Chico Buarque, da vez. O antes distante e respeitadíssimo Judiciário caiu na roda e não há uma só decisão sua que não seja contestada com virulência por quem se sentiu atingido. O Supremo Tribunal Federal, por onde passam os casos mais escabrosos da vida política brasileira, e que deveria ser intocável por ser instância final de julgamento, virou assunto de discussão em todas as rodas. Se decide de uma forma é acusado pelo que se convencionou chamar de esquerda. Se decide de outra, é a direita pittbull que se sente no direito de contestar, não com base em fundamentos jurídicos, mas com a histeria de quem se sentiu prejudicada por uma decisão muitas vezes em tudo igual a outra proferida em situação envolvendo o outro lado. É bem verdade que se pode alegar que houve uma queda na composição do STF. Gente que, aparentemente não tem os notórios saberes jurídicos exigido para o cargo de ministro, tão notório assim, tomou assento por lá. Mas não é isto que preocupa os grupos de interesse. Desde que atendam suas pretensões, não interessa em que as decisões foram embasadas. O importante é que os ministros, e este parece ser o que norteará as próximas escolhas, estejam terrivelmente comprometidos com uma linha de pensamento. E nós que pensávamos que não tinha por onde piorar! Estamos sim correndo risco real de um desmonte de nossas instituições. A tática, e aí envolve esquerda, direita e imbecis, é desmoralizar o Judiciário o que, somos obrigados a reconhecer, não é tarefa assim tão difícil. É hora, e esta hora começa a passar, do Judiciário se impor, de não aceitar os ataques a que tem submetido. Se conseguirmos manter de pé o Judiciário seremos capazes de fazer a faxina, pelas urnas, nos outros Poderes.

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