O ex-presidente Lula disse ontem (28), em Montes Claros, em entrevista à rádio Itatiaia, que se necessário, vai disputar a Presidência da República em 2018 e vai trabalhar para que a oposição não ganhe as eleições. Disposto a reverter o quadro de rejeição ao PT e da presidente Dilma, que afeta também a sua imagem devido as investigações da Operação Lava Jato, Lula decidiu ir para o ataque. “Não posso dizer que sou, nem que não sou (candidato). Sinceramente, espero que tenha outras pessoas para serem candidatas. Agora, uma coisa pode ficar certa. Se a oposição pensa que vai que vai ganhar, que não vai ter disputa e que o PT está acabado, ela pode ficar certa do seguinte: se for necessário, eu vou para a disputa e vou trabalhar para que a oposição não ganhe as eleições”. Apesar do tom confiante, a situação não é das mais fáceis para o ex-presidente Lula (foto). Em Belo Horizonte, onde participou ontem à noite de um congresso da CUT, ele pode observar, à porta do Chevrolet Haal, no bairro Funcionários, manifestantes vestidos com roupas e bandeiras verde e amarela, portando cartazes, em que o chamavam de ladrão e chefe de quadrilha. Os participantes do evento chegaram a entrar em atrito com os que protestavam contra a presença de Lula. Como líder maior do PT, o ex-presidente também tem a sua cota de rejeição. Na última grande manifestação de rua contra o governo da presidente Dilma, no dia 16, um boneco inflável gigante de Lula virou meme nas redes sociais assim que apareceu. Uma demonstração de como a imagem do ex-presidente já não é a mesma desde que ele deixou o governo, com um índice de aprovação acima de 80%. E assim como Lula, o boneco gigante, apelidado de Pixuleco, está viajando pelo país. O boneco foi levado ontem para São Paulo e acabou se envolvendo em uma confusão com apoiadores da presidente Dilma. Mas Lula está disposto a levantar algumas bandeiras, como a da defesa da Petrobras, que ironicamente foi quase desmontada no esquema de corrupção desmantelado na operação Lava Jato e que culminou com a prisão e vários de seus diretores e políticos ligados ao PT e a base de apoio da presidente Dilma.