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Lula intimado para defender o amigo

Paulo César de Oliveira
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O juiz federal Sérgio Moro intimou na última sexta-feira (4) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que irá depor como testemunha de defesa do pecuarista José Carlos Bumlai (foto). A decisão foi anexada nesta segunda-feira (7) na ação penal sobre Bumlai na Justiça Federal em Curitiba. A oitiva de Lula será feita por meio de videoconferência, na Justiça Federal em São Paulo, no dia 14 de março, às 9h30. Para o mesmo dia, Moro marcou depoimentos de outras testemunhas que também foram arroladas pela defesa do pecuarista. Os depoimentos ocorrem na ação penal em que Bumlai e mais dez investigados na Operação Lava Jato foram denunciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a acusação do Ministério Público Federal (MPF), Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009. Desde o surgimento das primeiras denúncias, o PT sustenta que todas as doações obtidas pelo partido foram feitas de forma legal e declaradas às autoridades. A Schahin afirma que o modelo de contratação dos navios-sonda foi o mesmo praticado pela Petrobras com todas as concorrentes que prestaram o mesmo serviço.

 

O ataque é a melhor defesa

O ex-presidente Lula é um mestre em usar o ataque como arma de defesa. De investigado da operação Lava Jato, Lula gritou, esbravejou, falou palavrão, para posar de vítima. Esbravejou, mas não explicou as dúvidas dos policiais federais envolvidos na operação, que investigam se ele ocultou patrimônio e/ou se recebeu vantagens de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. Ao contrário, tentou desqualificar o trabalho dos policiais e do juiz Sérgio Moro. O PT entendeu o recado do chefe e imediatamente convocou as centrais sindicais ligadas à CUT e a militância para se manifestar. A concentração maior foi em São Paulo, nas outras capitais o partido não conseguiu grande adesão e o movimento foi tímido, como em Belo Horizonte, também restrita a políticos e sindicatos ligados ao PT. Mas a investida não impediu manifestações contra Lula, com carreatas e buzinaços convocados pela internet e que fizeram barulho em algumas capitais, inclusive, em Belo Horizonte.

 

A amiga do Palácio do Planalto

A presidente Dilma Rousseff não decepcionou o seu mentor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela usou o palanque oficial, para entrega de casas do programa Minha Casa, Minha Vida, para defendê-lo e tentar usar a mesma arma de ataque à oposição, que segundo ela é responsável por parte das dificuldades que o país enfrenta, “provocada por aqueles que são inconformados, que perderam as eleições e querem antecipar as eleições de 2018″. Do palanque oficial para eleitoral, a presidente disse que a condução coercitiva de Lula para prestar depoimento foi “desnecessária, uma ação de uma violência injustificável”. “Não tem o menor sentido conduzi-lo [Lula], como se diz, sob vara, para prestar depoimento, se ele jamais se recusou a ir. Nem cabe alegar que estavam protegendo ele. Como disse um juiz, era necessário saber se ele queria ser protegido, porque tem certo tipo de proteção que é muito estranha”, questionou a presidente, que no entanto, acha normal usar a estrutura do governo para fazer ato político. Ontem o DEM protocolou na Procuradoria Geral da República uma representação contra a presidente por improbidade administrativa, pelo uso da estrutura do governo para deslocamento a São Bernardo do Campo, onde prestou solidariedade a Lula o que foi considerado um ato partidário.

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