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Mais lenha na discussão do futuro do Sistema S

Paulo César de Oliveira
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A declaração do presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, de que “o Sistema tem que participar das mudanças e não resistir a elas” e que os seus quase 80 anos de existência precisam ser revistos, não foi bem digerido pela classe empresarial. Ontem o presidente da Fiemg, Flavio Roscoe, reclamou das declarações de Paulo Guedes de passar o facão no Sistema S. Para ele, a declaração foi infeliz e soou mais como uma espécie de “bode na sala”, que é jogar uma frase bombástica ou uma ideia e ver a repercussão que ela terá. Roscoe (foto) acredita que o governo está procurando bodes expiatórios e bater em empresários dá destaque na mídia. Um efeito midiático infeliz, segundo ele. O empresário lembra que o Sistema, apenas no segmento da indústria, formou 73 milhões de brasileiros desde a sua fundação e tem 160 mil alunos/ano em Minas.

 

Empresário aprova equipe de Zema

O secretariado anunciado pelo governador Romeu Zema foi bem recebido pelo presidente da Fiemg, Flávio Roscoe. Ele entende que a manutenção de um nome de Pimentel, como é o caso do Secretário de Meio Ambiente, Germano Luiz Gomes Vieira, que é funcionário de carreira na secretaria, e a nomeação de um ex-secretário de Aécio Neves, Custódio Matos, que vai assumir a secretaria de Governo, significa um amadurecimento político e democrático. Os considerados competentes no governo de Pimentel devem ser aproveitados no novo governo, defendeu.

 

Sem espaço para aumentar impostos

A situação fiscal que será herdada por Romeu Zema é dramática e a Fiemg já vinha alertando para o agravamento da situação, segundo Flávio Roscoe. O governo aprovou o orçamento para o ano que vem com um déficit de R$ 11,4 bilhões, mas a equipe de transição fala em quase R$ 30 bilhões. O líder empresarial acredita que serão necessárias medidas drásticas, mas alerta que não será com aumento de impostos que se vai melhorar a receita ao contrário, corre-se o risco de perder empresas para estados que têm alíquotas menores do que as praticadas em Minas Gerais. Roscoe sugere a Romeu Zema melhorar o ambiente de negócios para atrair novos investimentos para um estado mais atrativo e com isto gerar emprego e renda. A expectativa é a de que mudanças estruturais sejam anunciadas já no início do governo. Será necessária, também a negociação com o governo federal para garantir fôlego para as contas do Estado.

 

Diálogo

O diálogo entre o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, e o governador Romeu Zema tem sido dos melhores, segundo o empresário, que disse que o governador que toma posse no dia 1º de janeiro, é aberto a ouvir sugestões. Já em relação à prefeitura de Belo Horizonte, a conversa é outra. Roscoe não esconde a dificuldade que os empresários têm para conversar com Alexandre Kalil, especialmente quando o assunto é as mudanças que a prefeitura pretende fazer no Plano Diretor da cidade.

 

Retomada do crescimento

A FIEMG espera a retomada econômica de Minas Gerais e do Brasil em 2019. No balanço anual apresentado ontem, a expectativa é o que o PIB do país cresça cerca de 2,53%, enquanto a produção industrial no Brasil alcance crescimento de 3,02%. Já em Minas, o PIB deve avançar 3,3%, enquanto a produção industrial no estado pode subir 5,1% no próximo ano. O ano de 2018 foi marcado pela frustração em relação ao crescimento econômico. A expectativa era de que este ano a alta na economia girasse, em torno de, 2,7%.. Entretanto, esse número não deve passar de, entre 1,3% e 1,5%. Esse resultado, segundo Flávio Roscoe, contribuiu para o aumento da incerteza e impediu maior expansão do investimento em 2018.

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