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Mais um dia de muitos discursos e acusações

Paulo César de Oliveira
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Os ministros José Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União, Kátia Abreu, da Agricultura, e Nelson Barbosa, da Fazenda, fizeram o que deles se esperava na reunião de ontem da Comissão Especial do Impeachment, no Senado. Como a reunião era reservada à defesa da presidente, eles defenderam Dilma com unhas e dentes sem, no entanto, apresentarem qualquer dado novo. Insistiram na tese de que não houve pedaladas, de que o Banco do Brasil ter feito alguns pagamentos para o governo não foi empréstimo, mas uma prestação de serviço e reafirmaram a honestidade da presidente, destacada várias vezes pela ministra Abreu que, por grande produtora rural, até pouco tempo era inimiga do PT. Nem mesmo nas acusações ao relator Antonio Anastasia e ao presidente da Câmara dos Deputados, houve inovações. Apenas o ministro Cardozo (foto) e a senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, apresentaram fatos novos. O ministro disse que pedirá a suspeição do relator Anastasia baseado no fato de que Miguel Reale Jr., um dos formuladores do pedido de impeachment seria filiado ao PSDB. Grazziotin pediu a suspensão do processo de impeachment até que as contas da presidente sejam julgadas pelo Congresso. São os novos argumentos da defesa que, após quase dez horas de reunião não conseguiu convencer os 16 senadores da comissão que são favoráveis ao impedimento. Enquanto seus ministros tentavam convencer os senadores de que não houve pedaladas e que a presidente é inocente, não havendo por isso base legal para processá-la. Dilma repetia, no Palácio da Alvorada, o discurso do golpe. Falando durante a solenidade em que assinou Medida Provisória prorrogando por mais três anos o programa Mais Médico, inclusive com a contratação de médicos de outros países, ela definiu como ridículas as acusações que embasam o pedido dê seu impedimento. “Tenho clareza que é ridícula a acusação. Porque o que fizemos foi garantir programas sociais, garantir programas como o Plano Safra para a agricultura e garantir o programa de sustentação de investimento para a indústria, afirmou. Há de fato um processo que em curso e esse processo tem nome: o nome é golpe.” A presidente teria mais um compromissos à tarde, para assinar medidas de proteção aos índios, mas cancelou, sem maiores explicações o compromisso.Grupos indígenas chegaram a promover um ritual de danças no Ministério da Justiça em agradecimento à demarcação de novas áreas indígenas, mas acabaram recebendo a notícia de que não haveria a autorização. Foram detectados problemas técnicos nos decretos de demarcação. Ficou para outra data.

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