Procuradoria-Geral da República apresentou nessa sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a terceira denúncia contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (foto), do PMDB-RJ, na Operação Lava Jato. As suspeitas são de que ele recebeu cerca de R$ 52 milhões em propina do consórcio de empreiteiras que atuava nas obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Em acordo de delação premiada, o ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto confirmou que houve pagamentos de propina a Eduardo Cunha para que fossem liberados recursos do fundo de investimentos do FGTS para o projeto Porto Maravilha. Dois outros delatores da Operação Lava Jato, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, já haviam detalhado os repasses de dinheiro. A empreiteira compunha o consórcio, ao lado das construtoras OAS e Odebrecht, que atuava nas obras de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro.
Desmentindo novamente
Em nota, o deputado Eduardo Cunha voltou a desmentir qualquer recebimento de vantagem indevida. “É estranha a seletividade do PGR com relação a mim. Em nenhum dos três inquéritos que originaram as respectivas denúncias chegaram a tomar a minha oitiva para ter a oportunidade de rebater os fatos, o que é anormal e não acontece em situações semelhantes”. Ele afirmou ainda que há um “clima de pressão” contra ele e a família às vésperas do julgamento do processo de cassação dele no Conselho de Ética. Na quinta-feira, sua esposa, a jornalista Claudia Cruz, se tornou ré por lavagem de dinheiro e evasão de divisas na Operação Lava Jato. Com informações de Veja.